quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Sétima Oficina


Em meio ao silêncio, a calma e o vazio da escola, devido à paralisação das aulas em virtude da “gripe A”, encontram-se os professores de Língua portuguesa e Matemática para mais um encontro do Gestar II. Assim, dia 03 de agosto concluímos às 40 horas de encontros presenciais em Humaitá. Neste dia realizamos duas oficinas, uma pela parte da manhã e outra à tarde. O primeiro momento, de reflexão e dinâmica, foi realizado com os professores das duas áreas (Português e Matemática). Iniciamos o encontro com a dinâmica da lista, ao som da música “VangelisHymne” os professores tiveram um momento reflexivo ao responderem as seguintes questões:
1.Faça uma lista de 10 grandes amigos.
a) Refaça esta lista com os nomes dos amigos que hoje você ainda vê.
2. Faça uma lista de 5 sonhos que você tinha a 5 anos atrás.
a) Refaça esta lista escrevendo os sonhos que já realizou.
b) Escreva 5 sonhos que você quer realizar daqui a 10 anos.
3. Faça uma lista de 10 coisas que você considera fútil e vulgar.
a) Refaça a lista colocando 10 valores imprescindíveis atualmente.
4. Faça uma lista de 5 alunos que você traz na memória, mas não estão presentes no cotidiano.
a) Refaça a lista com o nome de 5 alunos que deixarão saudades
.5. Faça uma lista de 10 colegas que começaram a sua história como professora.
a) Refaça a lista escrevendo o nome dos professores que continuam lutando pelo magistério.

Em seguida ouvimos e assistimos o clipe: ”A lista” de Oswaldo Montenegro. Para finalizar a dinâmica fizemos o amigo secreto do dia, em que cada um escreveu uma mensagem para seu amigo e compartilhou um abraço. Depois cada área foi para sua sala para dar continuidade aos trabalhos.



Inicialmente lemos o texto “CADA UM É CADA UM” de José Roberto Torero e comentamos o estilo de cada um, as diferenças, e constatar o que é estilo e o que é variante lingüística, pois a diferença entre estilo e variante linguística está na intenção do indivíduo no momento da fala. Se esta contém uma carga de expressividade, porque o falante deseja manifestar ou transmitir emoção naquele ato de fala específico, esse fato é matéria da estilística. Se, ao contrário, um certo indivíduo tem como característica permanente uma forma particular de uso da língua, esse fato constitui um idioleto e pertence a linguística. A língua apresenta variações, conforme os grupos que a usam. Cada uma das variantes da língua usada por um grupo apresenta regularidades, recursos normais para aquele grupo e a estilística estuda os valores ligados à sonoridade, à significação e formação das palavras, à constituição da frase e do discurso.

Em seguida falamos sobre a estilística do som e da palavra e nos divertimos um pouco. Tente repetir a combinação de sons sem engasgar:


TRÊS PRATOS DE TRIGO PARA TRÊS TRISTES POBRES TIGRES.

NUM NINHO DE MAFAGAFOS,
SEIS MAFAGAFINHOS HÁ,
QUEM OS DESMAFAGAFIZAR
BOM DESMAFAGAFIZADOR SERÁ.


Depois sugeri que as professoras fizessem uma lista de provérbios que elas conhecessem. Feita a lista, socializamos os mesmos e reescrevemos alguns modificando o final. A atividade foi muito legal, pois enquanto trabalhávamos com estas atividades, as cursistas já iam acrescentando idéias nas mesmas para aplicá-las com os alunos. Em seguida apresentei alguns advérbios já modificados, lemos e nos divertimos.

CORRIGINDO DITADOS
1.. É dando.............................que se engravida.
2.. Quem ri por último.............é retardado.
3.. Alegria de pobre............... é impossível.
4.. Quem com ferro fere............não sabe como dói.
5.. Sol e chuva....................vou sair de guarda-chuva.
6.. Em casa de ferreiro............só tem ferro.
7.. Devo, não pago.................nego enquanto puder.
8.. Quem tem boca, fala........... quem tem condição vai a Roma.
9.. Gato escaldado ................morre.
10..Quem espera....................sempre cansa.
11..Quando um não quer.............o outro insiste.
12..Os últimos.....................serão desclassificados.
13..Há males.......................que vem pra piorar.
14..Se Maomé não vai à montanha....então vai à praia.
15..A esperança e a sogra..........são as últimas que morrem.
16..Quem dá aos pobres.............cria o filho sozinha.
17..Depois da tempestade...........vem a gripe.
18..Devagar........................se chega tarde.
19..Antes tarde....................do que mais tarde ou não vir.
20..Em terra de cego...............quem tem um olho é caolho.
21..Quem cedo madruga..............fica com sono o dia inteiro.
22..Pau que nasce torto............mija fora da privada.

Depois de boas gargalhadas, encaminhei a dinâmica das três cores para fazermos o estudo, debate sobre coerência e coesão do texto, visto que a coerência é um dos fatores de textualidade que permitem fazer de um amontoado de frases um texto. Mas ela não se prende exclusivamente a aspectos linguísticos: é resultado da interação entre os interlocutores – autor e leitor – com o texto, e pelo texto numa dada situação sócio-comunicativa. A dimensão linguística fornece pistas para que, na leitura, seja (re)construído um mundo textual, que pode ou não coincidir com a versão que se tenha do mundo real. A coerência pode estar ligada a uma interpretação e, por isso, depende, em grande parte, das inferências que o leitor seja capaz de fazer a partir das pistas textuais e de seu conhecimento do tema e do mundo. Por isso, para o estabelecimento da coerência textual, contribuem tanto fatores linguísticos quanto aqueles ligados ao contexto situacional, os interlocutores em si, suas crenças e intenções comunicativas, além da função comunicativa do texto em si. A coerência não é uma questão de tudo ou nada, mas de gradação de possibilidades. Com o domínio de habilidades de leitura desenvolve-se a consciência para as estratégias que utilizamos na apreensão dessas pistas. Assim, torna-se importante o equilíbrio entre as informações que já são do conhecimento prévio do leitor e as informações novas que o texto pretende trazer.

Para melhor entender a coerência, lemos e resolvemos algumas atividades do AAA5 – versão professor (atividades página 57 e 62). Feitas as atividades e apresentadas as demais cursistas, passamos aos relatos do avançando na prática – unidades 17 e 18. Este é um dos momentos mais esperado, pois a troca de experiência é maravilhosa e muito produtiva. No momento dos relatos, a diversidade de atividades e opiniões são fantásticas e contribuem para enriquecer o trabalho de todas as cursistas em sala de aula, visto que uma sugestão complementa a outra. Além das atividades aplicadas com os alunos em sala de aula, as professoras estão adaptando as mesmas para trabalhar na hora do conto e os alunos estão gostando muito. Outro item que merece ser comentado é que as professoras estão adaptando também as atividades de produção com as atividades gramaticais, ou seja, integrando teoria e prática, o resultado está sendo muito bom.

Feita a socialização do avançando na prática, encaminhei a atividade de estudo e análise do texto publicitário “Furnas. Uma Empresa cada vez mais verde , amarelo, azul e branco.” A seguir as análises feitas pelas cursistas.














Grupo 1: Luciane, Márcia T. e Nair
O texto enfoca a preocupação com as práticas sociais e ambientais. Ao mesmo tempo gera riquezas e preserva o patrimônio dos brasileiros. Faz uma intertextualidade entre a linguagem verbal e não-verbal, pelas cores e imagens que apresenta. As cores presentes no texto são as mesmas da nossa bandeira brasileira, símbolo do nosso país, dando abertura para que possamos fazer a leitura de que a empresa também brasileira e, portanto, símbolo nacional. Um dos efeitos pretendidos é mostrar que é justamente por preservar o ambiente que ela se destaca. Portanto, é um texto publicitário que usa com propriedade a linguagem verbal e não-verbal para garantir a construção da coerência textual e alcançar os efeitos de sentidos pretendidos, dentre esses o de que a empresa está se tornando cada vez mais brasileira, por estar preocupada com o país como um todo.












Grupo 2: Márcia H., Isoldi e Simone
O texto demonstra a preocupação que a empresa tem com os brasileiros (e tudo o que os envolvem), por isso se torna cada vez mais verde, amarelo, azul e branco, que são as cores da bandeira, ressaltando assim as ações do Governo Federal. Isso tudo garante a coesão textual para que haja um efetivo entendimento por parte do leitor, para que não haja sombra de dúvidas.

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