domingo, 28 de março de 2010

DEPOIMENTOS DAS PROFESSORAS CURSISTAS

PROFESSORAS CURSISTAS

CURSISTAS NAIR E LISETECURSISTAS MÁRCIA THALHEIMER E LUCIANE


CURSISTAS MARCIA HANAUER E ISOLDI


CURSISTAS ROSANE, SONÍ E SIMONE

domingo, 14 de março de 2010

AVALIAÇÕES DO GESTAR II

CURSISTA PROFESSORA LUCIANE
Ao concluir as atividades propostas pelo Programa do Gestar II de Língua Portuguesa posso afirmar com toda a certeza que VALEU A PENA!!!!
O programa veio para contribuir com a nossa formação continuada e para melhorar a nossa prática pedagógica, desafiando-nos a aliar o conhecimento teórico com o uso da língua em situações reais de interação discursiva, desenvolvendo assim a competência linguística e comunicativa de nossos alunos. Nesse sentido, posso dizer que o programa conseguiu cumprir com seu objetivo.
Além de nos dar a fundamentação teórica, trouxe sugestões de atividades que possibilitaram repensar as nossas práticas de ensino e tornar as nossas aulas muito mais dinâmicas e motivadoras.
Os encontros foram maravilhosos, a professora formadora Daiana demonstrou estar muito bem preparada, procurando trazer sempre materiais atualizados e dinâmicos sobre os conteúdos de língua portuguesa, bem como estimulando-nos com vídeos motivacionais e orientações muito precisas.
A recepção dos alunos quanto às práticas foi muito positiva. Os mesmos participaram ativamente das atividades, produzindo textos cada vez melhores e também consegui melhorar e muito o gosto pela leitura da maioria da turma. Além disso, as atividades propostas pelo Gestar não se restringiram à turma escolhida para aplicá-lo. Em todas as turmas com as quais trabalho a disciplina de Língua Portuguesa tanto no Ensino Fundamental quanto no Ensino Médio consegui adequar algumas sugestões de atividades, o que foi muito válido. Além disso, trouxe as discussões teóricas propostas pelo Gestar também para um curso de pós-graduação em Educação, no qual ministrei a disciplina de Produção Textual.
O material disponibilizado pelo Gestar II trouxe-nos discussões lingüísticas atuais, incentivando a leitura e a produção escrita tanto do aluno quanto do professor. Uma das maiores dificuldades enfrentadas foi a falta de tempo para dar conta dos TPs, fazer os relatórios, bem como aplicar todas as atividades que gostaríamos em sala de aula. Apesar disso, avalio positivamente o programa desenvolvido e espero que o MEC continue desenvolvendo programas que venham ao encontro das necessidades dos alunos e professores, a fim de que mais cedo do que se pensa, consigamos atingir um nível de destaque mundial em termos de leitura e escrita.

CURSISTA PROFESSORA LISETE
Estamos encerrando o GESTAR, para alguns é o ponto final de mais uma etapa. Para nós, professoras da rede municipal de ensino do município de Humaitá trata-se apenas de uma pausa, ou seja, um tempinho para organizarmos o que ainda falta – últimos relatórios, avaliação do programa, porta fólio, fotos e atividades dos alunos – para apresentarmos o nosso trabalho final e... merecidas férias.
Porém, quando o ano letivo reiniciar retornamos também ao estudo e a prática dos TPs e dos AAAs. Opção nossa, pois pensamos que ainda não esgotamos o material que é tão rico em teoria e ainda mais rico em sugestões de atividades para se trabalhar com as turmas.
Conseguimos neste ano de 2009 realizar um estudo de todos os TPs nos enviados, TP1, TP2, TP3, TP4, TP5 e TP6 e com certeza colher bons frutos em sala de aula. Entretanto, sentimos a necessidade e ou, a vontade, de dar continuidade aos trabalhos porque é muito produtivo. As sugestões de atividades diversificadas e criativas que se apresentam no material são muito bem aceitas pelos alunos e nos abrem caminhos para ir além. Ficar na mesmice, na comodidade, já não é há muito tempo o que o nosso educando espera da escola. Extrapolar tudo o que é modelo é dever do professor. É preciso criar um ambiente desconhecido, uma aula de Português que seja imprevista pelos alunos para despertar neles a curiosidade em saber “o que é que vai ser feito hoje?”
Além disso, enfocar diariamente a leitura. A cada atividade proposta, a leitura e sua interpretação devem estar presentes, mesmo que muitas vezes o professor apresente a seus alunos de forma imperceptível, eles precisam criar o hábito de ler livros para, a partir daí, “ler o mundo” com mais facilidade.
O GESTAR II é uma forma de abordagem desses conhecimentos de forma teórica e prática e pretende com isso conscientizar o regente de turma a melhorar sua aula sem melindrá-lo. Só não muda quem não quer.
A professora Daiana nos apresentou este programa de forma tranquila e sabedora. Soube ser flexível às necessidades das cursistas e foi, principalmente, responsável pelo acréscimo de conhecimento que obtivemos nestes meses de prática do GESTAR II. Trouxe-nos, além do proposto pelos TPs, dinâmicas em grupo, em duplas, músicas, data show, filmes e mensagens. Espero que em 2010 possamos possamos novamente, e juntamente com ela dar continuidade àquilo que iniciamos neste que está se findando e que o trabalho exposto nos blogs não seja apenas uma forma de avaliação de como aconteceu o projeto no município de Humaitá, e sim, um modelo a ser visto, analisado e seguido por aqueles que ainda não o conhecem e estão à procura de algo inovador.

CURSISTA PROFESSORA SONÍ
Parece que foi ontem que nos reunimos pela primeira vez na cidade de Humaitá, para termos nosso primeiro encontro e sermos apresentadas ao Gestar. Inicialmente, tudo parecia muito confuso: muitos livros, muitas informações, tarefas de casa que não estávamos certas de poder cumprir. Mas o desafio estava lançado e, afinal de contas, não seria professora se desistisse diante das dificuldades.
Entretanto, tão logo entrei em contato com o material, principiando o processo de leituras, aplicação das atividades e reflexão sobre as mesmas, nas oficinas, percebi que não se tratava de um curso qualquer, mas de algo que faria a diferença, não apenas em minha prática docente, mas na vida de meus alunos. O suporte teórico é excelente, as atividades são criativas e prazerosas e o formato do curso é muito bom. O contato com a professora formadora e com os demais cursistas foi fundamental, a troca de experiências que realizamos durante este ano, muitas vezes não é feita nem nas escolas onde trabalhamos, onde, não raras vezes, as reuniões pedagógicas tornam-se ocasião para avisos gerais e combinados de ordem burocrática.
Sempre me considerei uma boa professora, pois sempre me esforcei para isso, procurando novidades e nunca desistindo de meus alunos. Porém, depois do Gestar, percebi o quanto minha prática precisa ser aperfeiçoada.
Desde que iniciei o meu trabalho em sala de aula, procurei enfatizar nas aulas de Língua Portuguesa, as práticas de leitura e escrita. Contudo, os resultados foram sempre muito sutis, sendo percebidos, em geral, a longo prazo. Neste ano, contudo, pude colher frutos do trabalho que realizei e reafirmei o prazer de trabalhar com Educação. Posso dizer, com alegria, que ajudei a formar leitores de fato e que a escrita de meus alunos melhorou significativamente, bem como sua capacidade de interpretação. Isso porque tive coragem de me afastar dos conteúdos mínimos, desviando o foco do trabalho para as competências que pretendia desenvolver e em atividades lúdicas e prazerosas que contribuiriam para tal realização.
Há alunos que não gostavam de ler, como há, todos os anos e em todas as turmas. O que mudou é que, de modo geral, essa não é a prioridade...a preocupação em dar conta de planos de estudo e avaliações tradicionais, não permitem que o professor sente ao lado desse aluno e descubra do que ele gosta e reflita sobre que livro poderia prender sua atenção. Eu tinha na minha turma um aluno que estava repetindo a 5ª série e, o que se comentava na sala dos professores, é que o menino passava o tempo todo jogando games, com o aval da mãe, que o mantinha ocupado. De fato, encontrei este menino várias vezes na locadora, alugando games. Então, numa de nossas visitas à biblioteca, perguntei a ele se ele já havia lido Xisto no espaço, que era de ficção científica e que certamente ele, que adora games, iria gostar. O menino ficou feliz de eu saber de seu gosto por games, estabeleci ali um elo de amizade entre nós, de troca e ele levou o livro, talvez para não me decepcionar. Na semana seguinte, no dia da troca dos livros, ele veio me dizer que havia lido e gostado muito da história. Vergonhosamente, eu duvidei, mas , felizmente, não demonstrei. Perguntei o que ele achou do perosnagem principal e ele acabou me contando toda a história, com detalhes. Para me deixar um pouco mais surpresa, ele perguntou se tinha outro do mesmo tipo. Fiquei meio perdida, pois não me lembrava de outro, do mesmo tipo. Então ele me salvou dizendo que queria ler algo sobre Santos Dumont, que ele viu na estante uma vez. Procuramos e encontramos a biografia e, desde então, ele tem frequentado a biblioteca da escola, melhorou em todas as disciplinas e passou de ano, sem exame na maioria delas.
O que quero ressaltar é que o Gestar foi além de uma série de atividades bem elaboradas e da possibilidade de reflexão sobre sua aplicação, pois permitiu uma reavaliação de meus objetivos em sala de aula. Descobri que, nos anos anteirores, não alcançava avanços significativos na leitura e na escrita, porque não as priorizava de fato. Sabia de sua importância, mas passava a maior parte do tempo, cumprindo programas sem sentido. Os alunos acabam saindo do Ensino Fundamental, sem as habilidades de escrita e leitura desejadas e sem saber usar a gramática, de modo proficiente, em seus textos. A gramática é fundamental, desde que sirva de instrumento para o estudante manifestar-se melhor, seja pela escrita ou pela fala, no registro formal ou informal.
Descobri, com o Gestar, que formar leitores e escritores é possível, desde que essa seja a prioridade da escola. Não foi possível realizar tudo que se planejou, nem resolver todos os problemas de escrita dos alunos, mas tanto na turma sobre a qual fiz os relatos, como nas demais, onde apliquei as atividades, foi possível observar avanços nos alunos, mesmo que seja no interesse dos mesmos pelas tarefas.
Sinto-me privilegiada por fazer parte deste grupo, por ter tido a oportunidade de participar dessa formação e de poder ajudar a difundir, nas escolas, a ideia de uma educação prazerosa e de qualidade. Creio que as demais áreas também devem ser contempladas com Programas como este e, na verdade, adoraria que o Gestar Língua Portuguesa pudesse ter novas etapas, futuramente.
Contribuições do Gestar
O Gestar é um Programa de formação Continuada, cuja contribuição extrapola, em muitos aspectos, os limites da sala de aula. O curso possui o diferencial de acrescentar, ao professor cursista, conhecimento teórico, relacionando-o, entretanto, com sua prática pedagógica. Tive, durante o curso, a oportunidade de fazer alguns concursos públicos e, ao ser chamada para a etapa prática, em que precisava ministrar uma aula, tive a sorte de ter como ponto sorteado, o tema Gêneros Textuais. Utilizei o material do curso, tanto para a confecção do Plano estudo, quanto para a aula propriamente dita e o resultado foi muito positivo. Isso prova, não apenas a qualidade do curso, mas a importância de estarmos sempre nos movimentanto em busca de formação e conhecimento, pois ele se renova, a cada dia, parafraseando José Paulo Paes, como a água do rio, que é água sempre nova.


CURSISTA PROFESSORA MARCIA HANAUER
O Gestar II veio contribuir para a minha prática pedagógica, além de dar a fundamenação teórica, trouxe sugestões de atividades e oportunizou a socialização de experiências que foram significativas.
Os encaminhamentos das atividades, as explicações teóricas enriqueceram as oficinas que foram bastantes diversificadas, com a utilização de várias técnicas e materiais.
Quando apliquei os “avançando na prática” em sala de aula, pude observar que os alunos tinham uma expectativa positiva, pois já sabiam que as atividades seriam interessantes e diferentes, prontamente recebiam as instruções e participaram da produção individual ou coletiva.
O que senti foi a falta de tempo para a leitura, preparação das atividades e produção em sala de aula, sempre ficava alguma coisa para trás, pois todos queriam ler as suas produções. Em virtude do tempo acabei também deixando um pouco de lado os conteúdos que são importantes e que devem andar justos.
Enfim, o Gestar II veio a somar, diversificando as atividades, a maneira de ensinar e transmitir os conteúdos, é um material que nos dá base e exemplos que enriqueceram muito nossas aulas.

CURSISTA PROFESSORA SIMONE
Estou muito feliz em ter participado do Gestar II. A princípio tive dúvidas em participar, mas como surgiu essa oportunidade para os professores de Portugês e Matemática, resolvi encarar esse desafio e não me arrependo nem um pouco.
Esse programa do Gestar II veio contribuir para melhorar as aulas escolares, para aperfeiçoar os conhecimentos, enfim para contribuir no ensino aprendizagem.
No início tive muitas dúvidas, medo e curiosidades. Surgiram vários conflitos, questionamentos, mas tudo foi se resolvendo no decorrer do tempo.
Os encontros com as cursistas foram excelentes, pois nos oportunizou fazermos uma reflexão sobre a nossa prática pedagógica e acrescentar novas sugestões, ideias e atividades diversificadas.
O maior problema que enfrentei foi o pouco tempo disponível para o curso do Gestar e para realizar as atividades propostas com os alunos, e isso dificultou a leitura e o aprofundamento dos temas apresentados, causando angústia em nós em certos momentos.
A nossa professora coordenadora Daiana foi e é uma professora excelente, maravilhosa e inteligentíssima, pois soube muito bem desenvolver as oficinas presenciais do Gestar II, ela deu conta do recado em todas as situações. Realmente é uma excelente professora e coordenadora.
Agradeço a Deus por esta oportunidade maravilhosa que eu tive no ano de 2009. Obrigado por tudo e a todos.


CURSISTA PROFESSORA ISOLDI
O Gestar II veio contribuir para a nossa prática pedagógica, além de nos dar a fundamentação teórica, trouxe sugestões de atividades e oportunizou a socialização de experiências que foram significantes.
Os encaminhamentos das atividades, as explicações teóricas enriqueceram as oficinas que foram bastante diversificadas, com a utilização de várias técnicas e materiais.
Quando aplicamos os “avançando na prática” em sala de aula os alunos já tinham uma expectativa positiva, pois já sabiam que as atividades eram interessantes, e assim, prontamente recebiam as instruções e participavam da produção individual ou coletiva.
O que sentimos foi a falta de tempo para a leitura e preparação das atividades bem como a produção em sala de aula, sempre ficava alguma coisa para trás, pois todos queriam ler as suas produções, e por vezes nos atrasávamos com os conteúdos.
Enfim, o Gestar II veio para somar, diversificando as atividades, a maneirta de ensinar e transmitir os conteúdos e o material que nos deu base e exemplos que enriqueceram nossas aulas.

CURSISTA PROFESSORA ROSANE
A expectativa de cada curso sempre é muito grande, porque um professor principalmente de Língua Portuguesa espera novidades que possa usar em sala de aula para ter novas formas de ensinar, incentivar seus alunos para ver se consegue que eles tenham mais interesse pela leitura e também pela matéria que exige muita concentração na leitura dos textos e na resolução dos mesmos.
Com o curso Gestar II essa expectativa foi alcançada, pois esse curso, com seu vasto e excelente material nos trouxe diversos textos ótimos e inúmeras atividades deferentes a serem trabalhadas de 5ª a 8ª série.
Esses materiais procuram discutir e rediscutir os pontos mais importantes do ensino-aprendizagem da Língua Portuguesa, aqueles que constituem a base para o desenvolvimento da competência comunicativa do aluno. Tratam da variação linguística, texto, intertextualidade, gramática, arte e literatura, gêneros textuais. Também nos mostra como esses conteúdos podem e devem ser trabalhados com os nossos alunos.
Assim, o TP1 nos mostrou textos e variantes da língua como decorrentes da relação entre linguagem e cultura; O TP2 aborda as análises linguísticas e literárias; O TP3 discute as questões ligadas a nova conceituação de gêneros dos textos e de tipos de discurso; O TP4 trata dos processos de leitura e escrita, iniciando com um texto sobre leitura, escrita e cultura. Discussão sobre processos de leitura relacionados as crenças e aos fazeres na produção textual; No TP5 são desenvolvidas unidades cujos temas são: estilística, coesão, coerência e as relações lógicas nos textos e por fim no TP6 trabalhamos com gêneros com o estudo de argumentação e ainda foi retomado o estudo da produção textual tratando das fases de planejamento, escrita, revisão e edição.
A gestora Daiana coordenou muito bem o curso, trouxe material como filmes, textos, slides e muito outro material para trabalhar conosco e com os alunos.
Para mim esse curso do Gestar II, foi um dos cursos mais completos que já participei desde que atuo como professora. Indiscutivelmente esse material me acompanhará por muito tempo na minha caminhada como professora e tenho certeza que os alunos continuarão gostando das atividades sugeridas.
Um ponto negativo desse curso foi somente a falta de tempo para aplicar as atividades sugeridas, que foram de certa forma atropeladas para vencermos o cronograma do curso.


CURSISTA PROFESSORA MARCIA THALHEIMER
Sou professora graduada em Letras Português, com Especialização em Códigos, Linguagens e suas Tecnologias, cursos nos quais já obtive a maioria da fundamentação teórica apresentada no Gestar II. Porém, sempre aprendemos, mesmo revendo.
O que mais gostei no Gestar foram as atividades diversificadas e de fácil aplicação em sala de aula. Muitas vezes o professor retém o conhecimento por não encontrar a melhor maneira de repassá-lo ao aluno. E, refletindo sobre o que diz Drummond “ Eu queria uma escola que cultivasse a curiosidade de aprender” no texto Para Sara, Raquel, Lia e para todas as crianças. Penso que é isso mesmo que precisamos e o Gestar apresenta ideias que fazem com que isso aconteça.
No desenrolar dos trabalhos percebi que os alunos aprenderam a conviver, cooperar, respeitar, a saber ouvir e viver em união.
Muitas vezes, nas práticas, fiquei surpresa com a facilidade que encontramos na realização das tarefas, com a aprendizagem e principalmente com a rapidez que o tempo passava. Quando menos esperávamos a aula já tinha terminado e sentíamos que a vontade era continuar.
Com o Gestar os alunos tornaram-se mais criativos e críticos. Aprenderam a reconhecer que o erro, além de aceitável, é a melhor forma de aprender.
Tanto o aluno, como o professor se sente bem durante a realização das atividades. Todos têm um maior envolvimento na construção da aprendizagem. E, como professora, muitas vezes fiquei surpresa com as respostas de certos alunos frente às situações que aconteceram.
Sinto-me feliz pela oportunidade que eu tive em participar do Gestar. Mesmo encontrando certas dificuldades, principalmente em relação ao horário para leitura e aplicação das práticas, penso que nós professores somos uma linha norteadora para o aluno, em muitos casos, mais do que a própria família com a qual ele convive. E, por isso, temos o compromisso maior de fazer com que o educando que está em nossas mãos, além de aprender a conhecer, aprenda a aceitar, preservar e principalmente amar a si próprio e aos outros.

CURSISTA PROFESSORA NAIR.
A princípio pensei que o Gestar fosse mais um encontro de discussão, mas com o passar do tempo percebi que era um programa muito bem organizado, interessante e de grande valia para nossa vida profissional tanto para os professores quanto para os alunos.
Ele não trouxe somente teoria, mas sim inúmeras sugestões de atividades diversificadas que oportunizam mais motivação e participação do aluno, tornando-o criativo e crítico, referente a assuntos enfocados e comparados com a sociedade em que estão inseridos.
Os encontros com as cursistas foram ótimas, pois oportunizou-nos a fazermos uma reflexão sobre a nossa prática pedagógica e acrescentar novas sugestões de atividades diversificadas realizadas por cada colega, as quais fizeram com que as nossas aulas se tornassem mais prazerosas.
O maior problema enfrentado foi em questão ao pouco tempo para realizar as atividades propostas, o que dificultou a leitura e o aprofundamento nos temas apresentados e na aplicação das práticas com os alunos.


DÉCIMA SEXTA OFICINA.


Este encontro aconteceu logo após o lanche da décima quinta oficina, quando nos dirigimos ao Auditório Municipal para uma sessão de cinema. Na oportunidade voltamos a reunir todos os cursistas da área de Português e Matemática para assistirmos o filme “Entre os muros da Escola”. Depois do filme aproveitamos o momento para fazermos uma reflexão sobre a educação em nossos municípios (Humaitá, Sede Nova e Campo Novo) bem como no que o curso do Gestar II contribuiu para que mudanças acontecessem. Segue a reflexão que a cursista Luciane fez do filme em seu relatório:”













“ENTRE OS MUROS DA ESCOLA
A cada novo ano que se inicia
A história se repete
A escola se prepara
Os alunos estão de volta
Os professores se preparam
Há uma grande missão a cumprir
E que missão...
Como fazer a diferença na vida de alguém?
O que ensinar?
Por que ensinar?
Como agir?
Quando falar?
Quando calar?
Como se controlar?
Como controlar a classe?
Como fazer diferente o que parece igual?
Como tratar de forma igual os diferentes?
O que fazer para ser aceito?
O que não fazer para não ser repudiado?
O que me move?
O que move o meu aluno?
O que os interessa realmente?
Quais são as marcas que deixarei e que levarei deste ano?
Esses questionamentos que se levantam no início de cada ano, são retomados no seu término. Algumas questões ainda não se têm respostas e são justamente essas que nos fazem caminhar e são elas que nos mostram que não podemos ficar parados, que não sabemos tudo, que temos muito a aprender, que temos muito a ensinar, que temos muito a viver entre “os muros da escola”.




Para concluir as atividades no Auditório eu professora Daiana (formadora de Português) e a professora Adriane (formadora de Matemática) agradecemos as cursistas pela participação, pelo trabalho em equipe, pela disponibilidade, pela força de vontade, pela busca e por acreditar no Programa Gestão da Aprendizagem Escolar (Gestar II) e principalmente por buscar, querer, sonhar e acreditar que a educação de qualidade é possível. Acompanhamos a mensagem no power point “FELIZ OLHAR NOVO”.
O grande barato da vida é olhar para trás e sentir orgulho da sua história.
O grande lance é viver cada momento como se a receita da felicidade fosse o AQUI e o AGORA.
Claro que a vida prega peças.
É lógico que, por vezes, o pneu fura, chove demais...
Mas, pensa só: tem graça viver sem rir de gargalhar pelo menos uma vez ao dia?
Tem sentido ficar chateado durante o dia todo por causa de uma discussão na ida pro trabalho?
Quero viver bem.
O ano que passou foi um ano cheio. Foi cheio de coisas boas e realizações, mas também cheio de problemas e desilusões.
Normal!
Às vezes se espera demais das pessoas.
Normal.
A grana que não veio, o amigo que decepcionou, o amor que machucou.
Normal.
Este ano não vai ser diferente.
Muda o século, o milênio muda, mas o homem é cheio de imperfeições, a natureza tem a sua personalidade que nem sempre a gente deseja, mas e daí?
Fazer o que?
Acabar com seu dia?
Com seu bom humor?
Com sua esperança?
O que eu desejo para todos nós é sabedoria!
E que todos saibamos transformar tudo em uma boa experiência!
Ele passou na sua vida. Não pode ser responsável por um dia ruim...
Que todos consigamos perdoar o desconhecido, o mal educado.
Entender o amigo que não merece nossa melhor parte.
Se ele decepcionou, passe-o para a categoria três, a dos amigos...
Ou mude de classe, transforme-o em colega.
Além do mais, a gente, provavelmente, também já decepcionou alguém.
O nosso desejo não se realizou?
Beleza, não tava na hora, não deveria ser a melhor coisa para esse momento. Cuidado com seus desejos, eles podem se tornar realidade!
Chorar de dor, de solidão, de tristeza faz parte do ser humano.
Não adianta lutar contra isso.
Mas se a gente se entende e permite olhar o outro e o mundo com generosidade, as coisas ficam diferentes.
Desejo para todo mundo esse olhar especial.
Este ano pode ser um ano especial, muito legal, se entendermos nossas fragilidades e egoísmos e dermos a volta nisso.
Somos fracos, mas podemos melhorar.
Somos egoístas, mas podemos entender o outro.
Este ano pode ser o máximo, maravilhoso, lindo, espetacular...
Pode ser puro orgulho!
Depende de mim, de você!
Pode ser.
E que seja!
FELIZ OLHAR NOVO!Texto: Autor desconhecido

Em seguida para finalizarmos o curso e o encontro, convidamos todos para um jantar de confraternização no Quiosque da Praça Municipal para um rodízio de pizzas.

E ao finalizar o encontro do Gestar II em Humaitá, gostaria também de agradecer o apoio e o incentivo da Secretária Municipal de Educação senhora Marli Sandri e sua equipe pedagógica, que acreditam e apostam na educação, bem como as secretarias de Educação dos Municípios de Campo Novo e Sede Nova que também se fizeram presentes nesta caminhada. E como não poderia ser diferente, asssim como contamos com a presença da nossa Seretária (Sr. Marli Sandri) e sua equipe pedagógica na apresentação do programa em Maio de 2009, tivemos a felicidade de contar com essa presença no encerramento do curso, no qual fizeram-se presentes também a Secretária e sua equipe pedagógica do município de Sede Nova.

























DÉCIMA QUINTA OFICINA.














O encontro do dia 21/12/09, no turno da tarde, foi realizado no Instituto Estadual de Educação Maria Cristina – CIEP. Após as boas vindas dividi as meninas em três grupos e desafiei elas a fazerem algumas previsões a partir de um título de uma música, imaginando sobre o que ela poderia tratar. As músicas analisadas foram: Eu vou seguir de Marina Elaile, Segredo do Barão Vermelho – Frejat- e Perfeição da Legião Urbana. Feitas as previsões, assitimos os vídeos de cada música e socializamos os comentários com as músicas.Em seguida, encaminhei apresentação dos projetos de leitura que foram elaborados no curso do Gestar II e aplicados nas escolas no decorrer do segundo semestre. Ficou claro que, embora o tempo para desenvolvê-los tenha sido curto, as cursistas conseguiram bons resultados, especialmente no que se refere ao desenvolvimento do gosto pela leitura dos alunos e pelo envolvimento das demais áreas do conhecimento com vistas a um objetivo comum. Depois fomos até o laboratório de informática da escola para podermos socializar o trabalho de cada cursista. Algumas fizeram o registro em blog e outras no fichário tradicional. Foi um momento muito interessante e significativo para todas nós. E como disse a cursista Luciane “ Esse momento foi muito interessante, pois tivemos a oportunidade de conhecer o trabalho que cada colega desenvolveu a partir das sugestões do Gestar. As orientações foram as mesmas, mas a sua aplicação adequou-se às diferentes realidades que encontramos em nossas escolas.”
Ainda durante à tarde fizemos uma avaliação do Gestar II e aproveitei o momento para filmar um breve comentário de cada cursista, o que foi outra experiência interessante.
E para concluir a oficina da tarde fizemos um breve intervalo e um gostoso lanche, e eu não posso deixar de dizer que os lanches oferecidos durante o curso foram todos maravilhosos e deliciosos.

A TÃO ESPERADA “CHEGADA”.

O ÚLTIMO ENCONTRO, A BANDEIRADA FINAL ... A TÃO ESPERADA “CHEGADA”.


Em maio de 2009, mais especificamente dia 14, iniciamos nossa caminhada com o Gestar II (Programa Gestão da Aprendizagem Escolar) em Humaitá. Nesta caminhada contamos com a parceria dos municípios de Campo Novo e Sede Nova. No dia da apresentação do programa a expectativa era grande, anseio, curiosidade, mais um curso, nossa quantas horas e quanto trabalho, será que vamos conseguir concluir neste curto espaço de tempo? Eram muitas as indagações e os desafios. Topamos os desafios e começamos a corrida contra o tempo, e hoje ao recebermos a “bandeirada final”, podemos nos considerar vitoriosas, pois concluímos às 80 horas presenciais, embora sabemos que temos ainda muito a discutir e realizar, e que material não nos falta. Portanto, decidimos continuar com os encontros do Gestar II em 2010, (agora com mais calma e mais tempo) para continuarmos a planejar e trocar experiências, visto que as mesmas enriquecem muito o nosso trabalho e essas eram as atividades mais esperada nos encontros do Gestar, os Avançando na Prática.
Apesar do pouco tempo, do intenso trabalho o Gestar II só nos trouxe coisas boas e entre elas podemos salientar as novas amizades, a parceria, o trabalho em equipe, a busca por novidades, o comprometimento com o trabalho e a troca de experiências entre as cursistas e entre os municípios parceiros.
E foi assim, em meio ao sentimento de alívio, de tarefa concluída que também nos sentimos apreensivas, meio nostálgicas, pois terminou e agora?... Nossos encontros, conversas, brincadeiras, troca de opiniões... Surgiu uma certa tristeza, uma saudade...
Bem, a semente foi lançada, oGestar II fez a diferença em nossa prática pedagógica em 2009 e fará, com certeza, a diferença em 2010. E como disse a cursista Soní “O Gestar é um Programa de formação Continuada, cuja contribuição extrapola, em muitos aspectos, os limites da sala de aula. O curso possui o diferencial de acrescentar, ao professor cursista, conhecimento teórico, relacionando-o, entretanto, com sua prática pedagógica. Tive, durante o curso, a oportunidade de fazer alguns concursos públicos e, ao ser chamada para a etapa prática, em que precisava ministrar uma aula, tive a sorte de ter como ponto sorteado, o tema Gêneros Textuais. Utilizei o material do curso, tanto para a confecção do Plano estudo, quanto para a aula propriamente dita e o resultado foi muito positivo. Isso prova, não apenas a qualidade do curso, mas a importância de estarmos sempre nos movimentanto em busca de formação e conhecimento, pois ele se renova, a cada dia, parafraseando José Paulo Paes, como a água do rio, que é água sempre nova.”
Assim, em meio ao sentimento de trabalho concluído, realizamos o último encontro do Gestar II no dia 21/12/09 pela parte da tarde e à noite.

CRONOGRAMA DAS OFICINAS

CRONOGRAMA DAS OFICINAS DO GESTAR II - 2009

OFICINAS(5h) ..................DATA ......................................ASSUNTO
OFICINA 01 ..............15/05/09 (manhã)................... APRESENTAÇÃO DO PROGRAMA

OFICINA 02 .............23/05/09 (manhã)....................ESTUDO DOS TPS E FILME NARRADORES
DE JAVÉ

OFICINA 03 .............10/06/09 (manhã).................... GÊNEROS TEXTUAIS – TP3

OFICINA 04............. 27/06/09 (manhã).................... TIPOS TEXTUAIS – TP3

OFICINA 05.............14/07/09 (tarde).........................LETRAMENTO E CULTURA – TP4

OFICINA 06.............14/07/09 (noite).........................LEITURA,ESCRITA E PRODUÇÃO TEXTUAL -
TP4

OFICINA 07.............03/08/09 (manhã).....................ESTILÍSTICA E COERÊNCIA TEXTUAL – TP5

OFICINA 08............ 03/08/09 (tarde)........................COESÃO E RELAÇÕES LÓGICAS NO TEXTO –
TP5

OFICINA 09............ 10/08/09 (manhã).................... ARGUMENTAÇÃO E LINGUAGEM – TP6

OFICINA 10............ 10/08/09 (tarde)....................... PRODUÇÃO TEXTUAL E LITERATURA – TP6

OFICINA 11.............23/10/09 (tarde).......................VARIAÇÃO LINGUÍSTICA – TP1

OFICINA 12............23/10/09 (noite)....................... TEXTO E INTERTEXTUALIDADE – TP1

OFICINA 13.......... .21/11/09 (manhã)......................GRAMÁTICA E FRASE – TP2

OFICINA 14......... .21/11/09 (tardde)....................... ARTE E LINGUAGEM FIGURADA – TP2

OFICINA 15...........21/12/09 (tarde).........................FILME:"entre os muros da escola"
SOCIALIZAÇÃO DOS PROJETOS DE LEITURA

OFICINA 16...........21/12/09(noite)......................... APRESENTAÇÃO DOS PORTFÓLIOS,
AVALIAÇÃO DO GESTAR E
CONFRATERNIZAÇÃO(JANTA)

segunda-feira, 1 de março de 2010

ELABORAÇÃO E APLICAÇÃO DOS PROJETOS DE LEITURA.


PROJETO DE LEITURA - 01
Esse projeto foi elaborado em conjunto com as professoras cursistas: Rosani, Luciane, Soní e Marcia Hanauer e aplicado de forma individual.

1 TEMA
Como tornar o horário de leitura produtivo e prazeroso?

2 PROBLEMÁTICA
A escola é o ambiente de letramento por excelência e o professor é o principal agente desse processo. Trabalhar a leitura e a escrita na perspectiva do letramento possibilita a interação entre o conhecimento prévio do aluno, o conhecimento novo, apresentado na escola e em todos os outros lugares em que aprendemos a ler o mundo.
Com esta preocupação, a escola tem proporcionado um período diário de leitura. No entanto, percebe-se que o mesmo não tem apresentado os resultados esperados. Neste caso, faz-se necessário reavaliá-lo, bem como propor alternativas para torná-lo mais prazeroso e produtivo.

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE LEITURA E ESCRITA

Uma educação que se pretende transformadora da realidade, capaz de subverter as desigualdades sociais (de que nossos alunos são frutos) precisa ser, necessariamente, humanizadora e emancipatória. A formação de sujeitos críticos e autônomos seria o resultado dessa perspectiva educacional, em que as práticas de leitura e escrita funcionam como alicerce para a construção do saber.
Entretanto, é preciso mencionar que as referidas práticas nem sempre são tão bem aproveitadas nas escolas. Por esse motivo, o papel das mesmas no processo de ensino-aprendizagem pode variar, de acordo com a postura assumida pelos educadores em relação a elas. Assim, um conceito equivocado de leitura como mera decodificação de palavras ou a pouca variedade e qualidade dos textos trazidos para a sala de aula, podem servir de desestímulo para os leitores em formação, comprometendo nesses alunos a capacidade de interpretação e de compreensão do mundo, bem como o gosto pela leitura. Por outro lado, o incentivo à leitura, não através de conselhos e discursos vazios,, mas por intermédio de bons e variados textos e de técnicas bem orientadas,, demonstra a consciência do professor em relação ao caráter social e transformador da leitura.
Da mesma forma que a leitura, também a escrita pode funcionar, na escola, como uma “rua de mão dupla”; quando esta é adquirida com sucesso pelo aluno, é possível afirmar que a instituição de ensino cumpriu com êxito sua função libertadora, pois permitiu que o aluno se apropriasse de um código que goza de enorme prestígio na sociedade letrada em que vivemos. Por outro lado, o fracasso do aluno na aquisição da escrita, é representativo do caráter excludente do sistema educacional. Este, quando deveria libertar, oprime e exclui, sempre que nega a seus alunos o controle da chamada “norma culta”, vinculada, acima de tudo, ao código escrito. Isso acontece, geralmente, quando a variação lingüística não é respeitada, ocorrendo a mera imposição da norma padrão.
Assim, leitura e escrita passam a funcionar como verdadeiros termômetros da aprendizagem. O sucesso ou o fracasso do aluno nessas duas práticas acaba sendo determinante do sucesso ou fracasso da escola como um todo, uma vez que ambas as atividades são constantes e fundamentais em todas as disciplinas e não apenas na aula de Língua Portuguesa. Talvez isso explique o fato de que a maioria das queixas dos professores em relação a seus alunos diga respeito, justamente, a problemas de leitura (falta de hábito, ou ineficiência) e escrita (falta de coerência e sentido naquilo que escrevem). Os professores universitários costumam culpar seus colegas do ensino médio, pelos incontáveis problemas de escrita de seus alunos; estes, por sua vez, acusam os professores do ensino fundamental e das séries iniciais, os quais lamentam, quase sempre, que a escola não consiga resgatar seus alunos menos favorecidos econômica e socialmente, visto que este, quando permanece na escola, acaba sendo reprovado.
No que se refere à leitura, é preciso mencionar as vantagens de se apresentar aos alunos a maior diversidade possível de textos, sejam eles literários, informativos, extraverbais; rótulos de produtos, receitas de bolo, manuais de instruções, histórias em quadrinhos, enfim, toda a gama de textos que fazem parte do dia-a-dia das crianças. Essa variedade de textos, além de familiarizar o aluno com o mundo da escrita, o coloca a par das diferentes funções que os textos podem ter (informar, anunciar, divertir, instruir, etc.). Dentre estes textos, porém, há de se destacar o literário como sendo o de maior relevância. Conforme Maria Helena Zancan Frantz

Se considerarmos o leitor infantil (...) veremos então que aqui a literatura desempenha um papel fundamental, decisivo e intransferível. Considerando que é por meio da fantasia, da imaginação, da emoção e do ludismo que a criança apreende sua realidade, atribuindo-lhe um significado, veremos que o mundo da arte é o que mais se aproxima do universo infantil, à medida que ambos falam a mesma linguagem simbólica e criativa. O mundo para ambos é do tamanho até onde vai a imaginação criadora da criança e do artista (FRANTZ, 1998:35).

O texto literário penetra na esfera infantil com naturalidade, pois a linguagem do primeiro, repleta de simbolismos e fantasias corresponde perfeitamente às expectativas do pequeno leitor que, em certos momentos pode (e deve) ser apenas ouvinte e em outros, verdadeiro expectador (no caso das historinhas sem texto). O sucesso dessa etapa, embora não garanta a formação do leitor, representa, por certo, um importante e decisivo passo rumo a sua construção. Para Contente

O aluno, ao reagir de forma favorável à leitura, e sendo cativado cada vez mais para esta atividade, começa a aperceber-se da estrutura do texto, a nível lexical, semântico e sintático. A leitura e a escrita são atividades interligadas de tal modo que uma boa adesão à leitura levará a uma escrita mais fácil (CONTENTE, 11995: 27).

Com base nesta afirmação, é possível inferir que o investimento na formação de leitores, possui retorno garantido, seja através da afirmação de uma postura crítica da realidade, seja por intermédio da competência comunicativa, verificada em alunos leitores.
O texto escrito é, sem dúvida alguma, o meio privilegiado de comunicação. De um eficiente acesso a ele, através da leitura, bem como da capacidade de produzi-lo coerente e claramente dependem, não apenas bons resultados escolares mas, por certo, a inserção do sujeito no contexto social de forma ativa e transformadora. Nessa perspectiva, pode-se inferir, sem exageros, que na sociedade em que vivemos, o uso que o usuário faz da língua pode determinar o lugar que este ocupará na pirâmide social. Linguagem e poder estão e sempre estiveram diretamente interligados.
Mesmo sendo atividade fundamental na escola, a escrita, assim como a leitura, não deve ser uma imposição. Sua aquisição deve resultar do interesse e das necessidades da criança. Daí a importância do aluno conhecer os objetivos da escrita e sua função comunicativa. Dessa maneira, o ato de escrever ganhará significado e é provável que o interesse por ele aumente consideravelmente. A atenção do professor deve estar voltada, portanto, para o cumprimento dessa função comunicativa por parte dos escritos de seus alunos e não, como geralmente ocorre, para a quantidade de escrita ou para a beleza da letra, até porque, as exaustivas cópias e repetições nada acrescentam na capacidade de produção textual, antes, tornam enfadonha uma atividade que deveria ser agradável e lúdica.
Diante da importância da aquisição da escrita pelos alunos, o professor de língua, inserido ou não no processo de alfabetização, não raras vezes, se vê “bombardeado” por uma série de dúvidas e métodos de ensino conflitantes. Estes, criam confusão e insegurança à cerca do que deve ser ensinado, do que deve ser corrigido e avaliado, bem como sobre a melhor maneira de se fazer isso. A ortografia é uma dessas questões polêmicas no ensino da língua. A esse respeito Paulo Coimbra Guedes e Jane Mari de Souza asseveram que é preciso

Ensinar ortografia (...) a partir de uma característica em que fala e escrita são fundamentalmente opostas: a ortografia constitui-se como um processo histórico institucionalizado de representação uniformizada da língua justamente porque a língua falada se rege não pela uniformidade mas pela variação. A função da ortografia é preservar a inteligibilidade dos textos, apesar das variantes de pronúncias regionais, sociais e históricas das palavras, e não se constituir em um guia para a correta pronúncia das palavras em todas as instâncias da vida social (Guedes & Souza, 1999: 139)

O ensino da ortografia deve ocorrer, simplesmente, no sentido de solucionar os problemas detectados pelo aluno enquanto leitor e não para criar problemas que ainda não foram sentidos pela criança. A partir das dificuldades dos alunos, o professor tem o compromisso social de ensinar ortografia, pois através dela a norma culta passa a ser paulatinamente absorvida, de modo que a capacidade comunicativa do aluno aumenta ao passo que diminuem as possibilidades do mesmo ser vítima de discriminação lingüística. O Respeito pelas diferenças entre linguagem falada e escrita estão na base de qualquer reflexão de cunho ortográfico; o aluno deve compreender que a variante lingüística utilizada na fala, nem sempre é adequada para a escrita. Trata-se, em síntese, de uma questão de adequação da linguagem, assim como não vamos de black tie à praia, também não devemos usar a linguagem falada em nossos textos escritos.

3.2 CONSIDERAÇÕES SOBRE LETRAMENTO

O termo letramento deriva do mesmo campo semântico de palavras muito conhecidas como alfabetização, alfabetizar, alfabetizado, letrado e iletrado. Palavras estas que são usadas não só por estudiosos e interessados pelo campo educacional, mas também por pessoas consideradas comuns, que não fazem parte dos meios acadêmicos (cf. Soares, 2001, p. 16). Entretanto, é importante salientar que numa perspectiva social da escrita, letrado não se refere ‘àquele indivíduo versado em letras, erudito’ (cf. Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa), muito menos têm como antônimo – iletrado – ‘aquele que não tem conhecimentos literários, é analfabeto ou quase analfabeto’ (idem), uma vez que não existe grau zero de letramento.
Tendo em vista que as discussões em torno do tema letramento são recentes, ainda não se tem um conceito definido para tal, desta forma, procurar-se-á apresentar algumas definições que este termo tem recebido, bem como tentar mostrar a relação deste com a escrita para fundamentar este projeto.
Segundo Soares (2001), o significado que o termo letramento tem recebido atualmente provém da palavra inglesa literacy que etimologicamente denota:
[...] qualidade, estado ou condição que assume aquele que aprende a ler e escrever. Implícita nesse conceito está a idéia de que a escrita traz conseqüências sociais, culturais, políticas, econômicas, cognitivas, lingüísticas, quer para o grupo social em que seja introduzida, quer para o indivíduo que aprenda a usá-la (Soares, 2001, p. 17).
Nesse sentido, de acordo com a autora, letramento seria o resultado da ação de ensinar ou de aprender a ler e escrever: o estado ou a condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como conseqüência de ter-se apropriado da escrita. Entretanto, o termo letramento não pode ser considerado como sinônimo de alfabetização, que remeteria à aprendizagem da leitura e da escrita como um processo tecnológico, mas a apropriação destas como uma incorporação das práticas sociais que as demandam.
Segundo Descardeci (2001, p. 63), “sujeito alfabetizado” é definido como sendo o conhecedor do código escrito, aquele que passou pelo processo de aprendizagem da leitura e da escrita. Enquanto que o “sujeito letrado” se refere àquele que é capaz de usar o código escrito para interagir em eventos de letramento privilegiados pela sociedade, ou seja, é o indivíduo que, ao necessitar, seja capaz de fazer uso do código escrito (e de todas as habilidades que a aquisição da escrita propicia) para responder as demandas de letramento de seu meio social. A autora acredita que se tornar letrado é um processo que inicia logo após a aprendizagem do código escrito e que nunca se encerra, desde que o indivíduo se encontre exposto a demandas de letramento.
Assim, a partir desta nova abordagem de leitura e escrita na perspectiva do letramento, a escola não deveria mais se restringir a ser um ambiente favorável ao desenvolvimento da “tecnologia” do ler e do escrever, mas deveria ser capaz de oportunizar aos indivíduos uma imersão eficiente aos usos e práticas sociais da leitura e da escrita.

4 OBJETIVOS

4.1 OBJETIVO GERAL:
Promover momentos de reflexão à cerca da necessidade da leitura para a formação de leitores competentes capazes de reconhecer a importância desse processo, de modo que usufrua do período destinado à leitura de forma prazerosa e produtiva.

4.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
- Manusear e identificar diferentes gêneros textuais, bem como sua importância e utilidade no dia –a –dia;
- Ler fluentemente, considerando os sinais de pontuação e suas funções;
- Ler, interpretar e inferir com desenvoltura;
- Desenvolver o gosto pela leitura, tornando-a prazerosa;

5 METODOLOGIA
Para uma melhor organização das atividades, haverá uma reavaliação do projeto em andamento na escola com relação à leitura, por parte de alunos e professores, a fim de torná-lo mais eficaz e significativo.
Pensar, juntamente com os professores das diferentes áreas de ensino, metodologias que possam contribuir para tornar o momento da leitura mais interessante para o aluno, oportunizando o aprimoramento de sua capacidade lingüística e comunicativa. Além disso, procurar tornar a leitura uma prática cotidiana e prazerosa, tanto para alunos quanto para professores.
Selecionar alguns textos que poderão ser lidos e trabalhados no período destinado à leitura, levando-se em consideração fatores como: faixa etária, interesses e preferências, por exemplo.
Reunir algumas dinâmicas e atividades para sugerir aos demais professores.

6 CRONOGRAMA
1ª semana de agosto: Apresentação do projeto e reavaliação do atual projeto (em andamento na escola) com professores e alunos;
2ª semana de agosto: Reunir-se com os professores das diferentes áreas para apresentar algumas dinâmicas e atividades, bem como para pensar novas metodologias a serem aplicadas. Solicitar a colaboração de todos para a seleção de material de leitura;
3ª semana de agosto: Colocar o projeto em prática na sala de aula;
4ª semana de agosto: Avaliação do projeto em andamento com todos os envolvidos;

7 EQUIPE DE TRABALHO
Docentes de todas as áreas de ensino.

8 AVALIAÇÃO
Na ação de avaliar pensa-se o passado e o presente para poder preparar o futuro. Nessa visão de educação a avaliação é encarada como um processo permanente de reflexão. Neste sentido, o ato de avaliar é processual, acontece no ato permanente de refletir, de rever o que já construiu. Aprender avaliar, então, é modificar o planejamento, observar o que já foi feito para criar novos encaminhamentos. A avaliação precisa abarcar toda a escola, todo o processo educacional e não somente o aluno. Desta maneira, a avaliação não é um veredicto sobre o aluno, mas também sobre o próprio educador e o sistema educacional que o sustenta teórica e praticamente.
A avaliação inicial, imprescindível no primeiro momento, ajudará na organização do planejamento.
A avaliação visa considerar o envolvimento dos discentes e sua desenvoltura na realização das atividades propostas; a adequação das atividades à faixa etária também será observada bem como a realidade social da comunidade atendida e ao espaço físico onde ocorrerão as mesmas. Também serão consideradas as intervenções dos alunos, o que acontecerá durante todo o processo, e seus posicionamentos durante a execução do projeto.

9 REFERÊNCIAS
CONTENTE, M. A leitura e as estratégias para todas as disciplinas. Lisboa : Editorial Presença, 1995. p. 11-26

DESCARDECI, Maria Alice A.S. O incentivo municipal à alfabetização: um evento de letramento na comunidade. In: KLEIMAN, Ângela B & SIGNORINI, Inês. (org). O ensino e a formação do professor: Alfabetização de jovens e adultos. 2ª ed. Porto Alegre : Artmed Editora, 2001. p. 54-74.

FRANTZ, Maria Helena Zancan. O ensino da literatura nas séries iniciais. 2 ed. Ijuí : Ed. Unijuí, 1997.

GUEDES, Paulo Coimbra & SOUZA, Jane Mari. Não apenas o texto mas o diálogo em língua escrita é o conteúdo da aula de português. In: NEVES, Lara C. B. e outros (orgs). Ler e escrever: compromisso de todas as áreas. 2 ed. Porto Alegre : Ed. da Universidade/UFRGS, 1999. p. 135 – 154

SOARES, Magda. Português: uma proposta para o letramento. São Paulo : Moderna, 1999. (Obra em 4 v. para o Ensino Fundamental).

____, Magda. Letramento: Um tema em três gêneros. 2ª ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2001. 128 p.
RELATOS DA APLICAÇÃO DO PROJETO 01 "Como tornar o horário de leitura produtivo e prazeroso?"
RELATÓRIO DO PROJETO DE LEITURA CURSISTA PROFESSORA LUCIANE
O Projeto “Como tornar o horário de leitura produtivo e prazeroso?” foi desenvolvido na Escola Estadual de Ensino Médio Professor Raimundo Almeida de Sede Nova-RS, do qual participaram professores de todas as áreas.
A apresentação do projeto foi realizada na primeira reunião de professores, na segunda semana de agosto, após o recesso escolar e a suspensão das aulas por causa da Gripe A.
Durante a apresentação do projeto procurou-se reavaliar o atual projeto “Momentos da Leitura”, em andamento na escola. Constatando-se que ainda não se conseguiu tornar esses momentos de leitura produtivos e prazerosos. Alguns professores chegaram até a sugerir que fosse reduzido o horário da leitura, pois os alunos não o estavam aproveitando. Porém, após grande discussão decidimos manter os 15 minutos diários de leitura nos três turnos, sendo nos turnos da manhã e noite no início da aula e no turno da tarde, após o recreio.
Pensando em novas metodologias a serem aplicadas. Foram organizadas algumas caixas com textos de gêneros diversos (jornais, revistas, histórias em quadrinhos, livros literários, etc.) com a colaboração de professores das diversas áreas.
Após essa redenifição de horários e com os materiais organizados o horário da leitura tornou-se muito mais produtivo e prazeroso. A cada dia os alunos eram desafiados a lerem outro tipo de gêneros textuais. Com algumas turmas deu mais certo do que outras. A quinta série, por exemplo, só conseguia ler realmente as histórias em quadrinhos, pois quando eram levados outros materiais prestavam mais atenção nas imagens do que no texto propriamente dito, mas foi uma experiência muito interessante.
Durante este momento da leitura, com a 6ª série, nas aulas de Língua Portuguesa, realizei a leitura da obra “Jardim Secreto”, lendo um capítulo por encontro que tinha com eles. Quando concluí a leitura foi uma disputa pelos exemplares da obra que havia na biblioteca da escola. Também assistimos o filme com o mesmo nome e realizamos um trabalho de análise comparativa entre o livro e o filme.
Os outros professores, cada um na sua área, também procurou trazer alguns materiais interessantes para desenvolver o gosto pela leitura nos alunos e também trabalhar com a construção de conhecimento dos mesmos. Os próprios alunos foram desafiados a trazerem materiais de casa que achassem interessantes para ler e compartilhar com os colegas.
Embora o projeto tenha ficado um pouco prejudicado pelo excesso de atividades realizadas neste segundo semestre, serviu para reavaliarmos o projeto de leitura em andamento na escola e para torná-lo mais produtivo e prazeroso. Ainda há muito que se fazer em termos de leitura em nossa escola, mas já foi uma importante etapa vencida, especialmente por ter conseguido mobilizar as demais áreas do conhecimento para um objetivo comum: formar leitores competentes capazes de reconhecer a importância desse processo, bem como usufruir do período destinado à leitura de forma prazerosa e produtiva.

RELATÓRIO DO PROJETO DE LEITURA CURSISTA PROFESSORA SONI
O trabalho inicial acabou ganhando, assim, uma proporção maior. O trabalho em conjunto com a outra professora foi enriquecedor, tanto para os alunos quanto para mim. Infelizmente, contudo, em função de uma série de atropelos no calendário escolar, não foi possível realizar a culminância que haviamos planejado.

RELATÓRIO DO PROJETO DE LEITURA CURSISTA PROFESSORA MARCIA HANAUER
A escola, onde apliquei o projeto de leitura, já vinha algum tempo dedicando um espaço a mais à leitura, cerca de 10 minutos para leitura de qualquer material escrito após o recreio. Também já era dedicada uma hora/aula da grade de horário à leitura de livro de literatura. Então, não foi difícil de implantar o projeto, o que procurei fazer de novo foi aproximar àqueles que não tinham tanto gosto pela mesma aos livros, investiguei os assuntos a que eles mais gostavam e indiquei livros, os colegas também fizeram isso, já havia fila de espera para alguns livros na biblioteca ou que algum colega tivesse, pois houve também, um interesse maior pela aquisição de livros. A experiência foi 1000!!!!!!
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PROJETO DE LEITURA - 02
Esse projeto de leitura foi elaborado em conjunto pelas professoras cursistas: Simone, Isolde, Lisete, Márcia e Nair e a aplicação foi individual cada uma aplicou na sua escola.

TEMA: Ler com prazer é só querer.

OBJETIVO:
Incentivar o aluno à leitura de diferentes tipos de textos, levando-o a perceber a importância destes para a sua vida.

OBJETO DE PESQUISA:
Leitura de diferentes tipos de texto

JUSTIFICATIVA: Considerando que:
Os alunos têm necessidade de praticar a leitura de diferentes tipos de textos e perceber a importância dos mesmos no dia-a-dia.
Que a leitura exige do aluno uma maior concentração em relação a outras atividades do seu cotidiano.
Que a leitura deve ser praticada com prazer e não por obrigação.
Que os alunos não têm persistência na leitura completa de uma obra literária ou de outros gêneros textuais.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Texto é toda e qualquer unidade de informação no contexto de interação o qual pode ser encontrado com variabilidade nos modos de organização. Cada texto realiza um gênero textual diferente que ocorre em situações diferentes, portanto, com características próprias.
O texto pode ser oral ou escrito, literário ou não literário.( de qualquer extensão).
BaKhtin define os gêneros do discurso como tipos relativamente estáveis de enunciados constituído historicamente e que mantêm uma relação direta com a dimensão social.
Gêneros textuais são realizações linguísticas concretas definidas por propriedades sócio-comunicativas; eles constituem textos empiricamente cumprindo funções em situações comunicativas; sua nomeação abrange um conjunto aberto e praticamente ilimitado de designações concretas determinadas pelo canal, estilo, conteúdo, composição e função, exemplos de gêneros: telefonema, sermão, carta comercial, carta pessoal, romance, bilhete, reportagem jornalística, aula expositiva, notícia jornalística reunião de condomínio, cardápio, instruções,horóscopo, receita culinária, bula de remédio,lista de compras, instruções de uso, outdoor, inquérito policial, resenha, edital de concurso, piada, conversação espontânea, conferência, carta eletrônica, bate-papo virtual, aulas virtuais, etc.
Tipos textuais são constructos teóricos definidos por propriedades lingüísticas intrínsecas; constituem sequências linguísticas ou sequências de enunciados no interior dos gêneros e não são textos empíricos; sua nomeação abrange um conjunto limitado de categorias teóricas determinadas por aspectos lexicais, sintáticos, relações lógicas, tempo verbal; designações teóricas dos tipos: narração, argumentação, descrição, injunção, predição e exposição.
Todos os textos se manifestam sempre num ou outro gênero textual.
Um maior conhecimento do funcionamento dos gêneros textuais é importante tanto para a produção como para a compreensão .
Os PCN sugerem que o trabalho com o texto deve ser feito na base dos Gêneros, sejam eles orais ou escritos, abordando as sequências tipológicas.
No ensino de uma maneira geral, em sala de aula de modo particular, pode-se tratar dos gêneros, nesta perspectiva, e levar os alunos a produzirem ou analisarem eventos lingüísticos os mais diversos, tanto escritos como orais, e identificarem as características de gênero de cada um e as sequências tipológicas.
Ensinar é dar condições ao aluno para que ele se aproprie do conhecimento historicamente construído e se insira nessa construção como produtor de conhecimento. É ensinar a ler para que o aluno se torne capaz dessa apropriação, pois o conhecimento acumulado está escrito em livros, revistas, jornais, relatórios e arquivos.E é ensinar a escrever porque a reflexão sobre a produção de conhecimento se expressa por escrito.
A leitura é um processo, uma prática social que envolve a interação entre os sujeitos e na qual o leitor realiza o trabalho de desconstruir e construir os significados do texto, de acordo com os seus objetivos, seu conhecimento prévio – lingüístico, textual e de mundo -, do assunto, do autor, levando em conta o contexto em que está inserido, as histórias de leitura e as experiências vividas. Assim, ler não é uma questão de recepção passiva, nem é simplesmente decodificar, pois a decodificação é apenas um dos procedimentos que o leitor utiliza quando lê, já que a leitura envolve também outras estratégias como a seleção, a antecipação, as inferências e as verificações. E esses procedimentos são os que auxiliarão o leitor no decorrer da sua leitura, no momento em que ele tiver que tomar decisões diante do desconhecido.
Vimos que a leitura e a escrita devem ser concebidas dentro de práticas sociais, tornando o aluno capaz de participar de sua comunidade de forma efetiva.
Segundo a professora Rosineide Magalhães, no texto “Letramento como Prática Social”, a escrita e a leitura são consumidas, hoje, pelas pessoas como meio de sobrevivência, com o objetivo de formação acadêmica, profissional, integração e interação social, resolução de problemas cotidianos, condição de entender o mundo e suas tecnologias.
Letramento: conjunto de práticas que denotam a capacidade de uso de diferentes tipos de material escrito. HOUAISS, 2004. Letramento é refletir, interpretar,é a leitura e compreensão de textos,leitura de mundo com função social. Respeito às diferenças culturais . São práticas sociais que utilizam a escrita como libertação, construção da autonomia.
Alfabetização é ensinar o código escrito,signos e seus significados,ensinar a leitura,codificação e decodificação e participação em um mundo desconhecido.
Alfabetização: é um processo dentro do letramento e, segundo Magda Soares, é a ação de ensinar/aprender a ler e a escrever.
A criança, mesmo não alfabetizada, já pode ser inserida em um processo de letramento. Pois, ela faz a leitura incidental de rótulos, imagens, gestos, emoções. O contato com o mundo letrado é muito antes das letras e vai além delas.
A leitura e a escrita são atividades de comunicação e são utilizadas com funções diferenciadas também da oralidade. Essas situações são parte da cultura ao mesmo tempo em que a constroem historicamente.
Trabalhar os textos a partir de uma discussão e roteiro de perguntas sobre a sua relação com a situação da qual faz parte, pode levar os alunos a refletir sobre os significados transmitidos e sobre as próprias competências de leitura e escrita.
Na escola, uma questão fundamental a ser resolvida é a dos objetivos de leitura dos alunos. O que eles lêem nos limites da escola quase sempre corresponde a objetivos de leitura do professor e da instituição escolar.
Sabemos que qualquer experiência na vida de uma pessoa tende a ter melhores resultados quanto mais ela atende a objetivos claros e verdadeiros para o sujeito que a vivencia. Com a leitura não é diferente: quanto mais ela tiver um objetivo claro e for significativa para o aluno, mais ele vai buscar o material mais adequado, ou vai ler com mais disposição o que lhe é oferecido e com mais facilidade vai compreendê-lo.
É essencial, pois que o professor tente ajudar seu aluno a desenvolver a consciência da importância, não só de ler, como também dos diferentes tipos de leitura. Isso não se consegue repetindo à exaustão o discurso de que “ler é preciso”, “ler é viajar”, “Quem lê sabe mais”. O que nós professores, temos de tentar a todo momento é conhecer os interesses dos alunos, ter clareza quanto ao que eles sabem e oferecer-lhes materiais e experiências de leitura capaz de mobilizá-los. Quer dizer: tornar a leitura verdadeiramente significativa implica criar nos alunos motivos para ler, ou, em outras palavras, ajudá-los a ter necessidade de ler.


OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
· Identificar diferentes gêneros textuais.
· Manusear materiais com diversos gêneros textuais, bem como ver sua importância e utilidade no dia-a-dia.
· Concentrar-se na leitura lendo fluentemente.
· Praticar de diferentes formas e prazerosamente a leitura de obras literárias.
· Incentivar o aluno para a leitura da obra literária do seu início ao fim.

ONDE FAZER: Este projeto será aplicado nas 7ª séries das escolas municipais de Humaitá e Sede Nova, durante a aula de leitura na disciplina de Língua Portuguesa.

METODOLOGIA
Mediante as dificuldades apresentadas pelos alunos em relação à leitura de obras literárias e outros gêneros textuais, optou-se pela coleta de material que contenham os mesmos, bem como novos métodos, objetivando uma leitura mais eficaz.
A área de execução das atividades será a sala de aula, a biblioteca da escola e a pública, salas de vídeo e informática e outros ambientes que favoreçam a leitura de gêneros diversos.
Os alunos serão monitorados pelo professor durante as atividades realizadas visando um melhor aproveitamento. Sempre que se fizer necessário serão realizadas paradas para replanejar as ações.
Os recursos a serem utilizados serão: obras literárias, vídeo, computador, bula de remédio, receitas(culinária e médica), propagandadata show, televisão, jornal, revista, gibis e outros.


CRONOGRAMA
01 a 15 de agosto– Apresentação da proposta aos alunos.
16 a 31 de agosto – coleta, identificação e sociaização de material de leitura de diferentes gêneros (manuseio de bulas, receitas, etc...)
01 a 14 de setembro – montagem de painel ilustrado com textos diversos e discussão acerca de sua utilização.
15 a 30 de setembro – dinâmica de grupos para elaboração e apresentação de diferentes gêneros textuais.

EQUIPE DE TRABALHO
Docentes de Língua portuguesa e alunos das 7ª séries.


AVALIAÇÃO
A avaliação será realizada através do acompanhamento permanente do educando, da reflexão, da revisão do planejamento para criar novos encaminhamentos. Desta maneira, a avaliação não é somente do aluno, mas também do professor que deverá ajustar o processo de ensino-aprendizagem que promova a evolução dos mesmos.


RELATOS DA APLICAÇÃO DO PROJETO 01 "Ler com prazer é só querer"
AVALIAÇÃO DO PROJETO LEITURA CURSISTA PROFESSORA LISETE
Meu Projeto de Leitura elaborado no dia 14 de julho de 2009 durante o 5º e o 6º encontro do GESTAR II e postado no dia 20 de julho do corrente ano, sofreu grandes mudanças. Como tudo no ensino é flexível, sujeito a transformações, decidi dar sequência a uma atividade que iniciei na 5ª série, turma 52 a qual substituiu o planejado no projeto.
A mencionada atividade de Leitura e Escrita que realizei com os alunos desenvolveu-se a partir de sugestão encontrada na página 95 do TP2 e teve o objetivo de treinar a leitura oral dos alunos, desenvolver a prática da produção de texto e principalmente, motivá-los para a leitura de obras literárias.
Levei à sala de aula algumas obras que encontram-se em nossa biblioteca escolar para os alunos escolherem dentre eles o que se adaptasse melhor à atividade previamente explicada para eles. Escolhemos “Um dono para Buscapé” de Giselda Laporta Nicolelis. O livro trata da busca de um novo dono para o cãozinho de estimação de Marcelo, já que este terá de se mudar para um apartamento juntamente com sua família, não podendo levar Buscapé consigo. Marcelo recebe ajuda da professora para encontrar um novo dono para o cãozinho.
Lemos um capítulo por dia de encontro. Em cada aula um aluno fazia a leitura. Este mesmo aluno elaborava em casa o resumo do capítulo lido, digitava e enviava para mim por email.A princípio a leitura seria feita por mim, para seguir as sugestões do TP1 (preparar a leitura), porém a turma pediu que o aluno encarregado de fazer o resumo fosse o leitor do capítulo, pois segundo eles a leitura é melhor entendida e memorizada.Foi uma atividade que teve ótima receptividade. Decidimos colar os resumos em um catálogo de propaganda formar um novo livro “Um dono para Buscapé”, da turma 52. Três alunos, Gilmar, Daniel e Laura se dispuseram a reproduzir os desenhos da capa e de partes marcantes da história. Esta é uma atividade que esteve em desenvolvimento por várias semanas. Encerramos ela depois de estar montado o novo livrinho “Um dono para Buscapé” com os resumos de cada capítulo realizados pelos alunos. Só não iniciamos a leitura conjunta de outro livro porque o ano letivo se encerrava. Porém, acredito que as aulas de Português de 2010 serão acompanhadas de uma boa leitura de obras literárias, pois sei que esta atividade motivou os alunos a continuarem a ler.


AVALIAÇÃO DO PROJETO DE LEITURA CURSISTA PROFESSORA SIMONE
Na aula de leitura foi aplicado o projeto de leitura. Em virtude do pouco tempo disponível, o projeto foi desenvolvido com novas sugestões de leitura na sala de aula, como revistas, jornais, gibis, poemas, letras de músicas... Percebi que havia fila para ler determinados livros, porque os alunos e alunas liam as histórias e depois contavam e comentavam fazendo com que os demais ficassem curiosos e quisessem ler também.
Eles leram bastante, leram muito. Percebi que havia despertado o gosto pela leitura. Há muito ainda o que se fazer, mas os alunos estão percebendo a importância da leitura.
No decorrer do projeto os alunos sugeriram que se fizesse alguns livrinhos de literatura, expandindo assim as ideias que estão surgindo durante o desenvolvimento do projeto.
Além da aula de leitura diária de 15 minutos, estou realizando a aula de leitura nas aulas de Português conforme o projeto elaborado.Pude perceber que o gosto pela leitura aumentou e eles lêem bem melhor(leitura oral). Alguns depoimentos dos alunos sobre a leitura após a aplicação do projeto.
“Eu adoro ler livros. Eles me tranqüilizam. Eu gosto de ler porque eu acabo aprendendo mais, eu tiro coisas das histórias para a minha vida.” (Diane)
“A leitura é muito importante para nós, porque aprendemos a ler e escrever melhor.” (Cricelde)
“Sem a leitura a pessoa não tem tanto aprendizado. A leitura aumenta a capacidade de estudar, trabalhar, na fala, na interpretação de um texto”. (Ariel)
“Com a leitura aprendemos muitas coisas, ela nos auxilia na fala, na interpretação, na escrita e em muitas outras atividades que fizemos em nosso dia-a-dia”. (Jairo Hunzler)
“Leitura e entrar em outro mundo e ajuda no ensino da pessoa”. (Tiago)
“A leitura é a chave da sabedoria. Chave porque abre as portas para o sucesso ou coisa assim. Sabedoria porque você fica mais instruído, você lê melhor, aprende melhor as coisas”. (Letícia)


AVALIAÇÃO DO PROJETO DE LEITURA CURSISTA PROFESSORA ISOLDI
Eu desenvolvi o projeto de leitura com o tema:”Ler com prazer é só querer”. O objetivo era de incentivar os alunos a leitura de diferentes tipos de textos, levando-os a perceber a importância da leitura para suas vidas.
O projeto foi desenvolvido nas aulas de leitura da disciplina de Língua Portuguesa.
Inicialmente solicitei que trouxessem variados tipos de textos, e em grupos lemos os mesmos, montamos cartazes e criamos vários deles, sendo que trabalhando os textos do programa Gestar II, já estávamos trabalhando textos diversificados.
Além destas leituras, também lia-se livros literários retirados na biblioteca da escola e também na biblioteca pública, proporcionando assim, uma variedade maior de escolha.
Toda semana nós íamos à biblioteca, renovar ou trocar de obra literária, sempre incentivando a leitura pude perceber os alunos desenvolveram o hábito de leitura, também avaliei trabalhos feitos de obras e relato das mesmas, fiquei feliz com o resultado, pois tinha alunos que no início não gostavam de ler nem de falar ou fazer resenha.


RELATÓRIO DO PROJETO DE LEITURA CURSISTA PROFESSORA NAIR
O projeto de leitura não foi totalmente uma novidade, pois semanalmente os alunos já tinham uma aula reservada para leitura.
A princípio houve certa resistência por parte de alguns alunos que não gostavam de ler, mas com o passar do tempo perceberam como é necessário e importante a leitura de todos os tipos e gêneros textuais para que haja um progresso cultural e uma melhora na escrita, leitura e expressão oral.
Percebeu-se que houve uma certa concorrência entre eles, ou seja, quando alguém acabava de ler sua obra, fazia um comentário com o colega e esse por curiosidade também lia a obra sugerida pelo colega ou professor. Portanto, esse projeto foi produtivo e significativo, esperamos que os alunos continuem lendo.

AVALIAÇÃO DO PROJETO DE LEITURA CURSISTA PROFESSORA MARCIA THALHEIMER
O presente relatório tem como objetivo compartilhar as experiências das práticas pedagógicas estudadas e aplicadas com os alunos da turma de 5ª série da Escola municipal de Ensino Fundamental Mário Cândido Lena. Estas foram aplicadas no decorrer das aulas de Língua Portuguesa.
No primeiro momento pedi aos alunos que trouxessem diversos gêneros textuais. Trouxeram cardápios, receitas, bulas de remédio, lista de compras, instruções de uso, piadas, cartas, bilhetes, romances, reportagens jornalísticas horóscopo, etc.
Lemos os texto, interpretamos os mesmos salientando principalmente o objetivo de cada um e fazendo com que os alunos percebessem que estamos rodeados de textos e muitas vezes não nos damos conta disso. Também muitas vezes não somos capazes de identificar o texto e muito menos ter persistência na leitura completa de um texto ou obra literária. Também frisei que a leitura exige concentração e atenção diferente de outras atividades que realizamos.
Elaboramos cartazes com os textos e cada aluno leu um livro, o qual relatou oralmente em sala de aula. Após os relatos refletimos sobre os objetivos de leitura dos alunos, salientando que o que eles lêem na escola, quase sempre é porque o objetivo é do professor ou da escola. Porém, eles deveriam fazer suas escolhas de leitura, sendo estas relacionadas a vivência dos alunos.
Com os textos lidos foi possível fazer o aluno perceber que não temos somente a obra literária e que ele deve demonstrar interesse pelos diversos gêneros textuais, pois estes são de grande valia para a sua vida.
No último dia de aula levei-os para a sala de informática, dividindo-os em grupos e cada grupo pesquisou um gênero textual. A execução do trabalho foi realizada com empolgação. Ali perceberam que o que circula nos jornais diariamente, também encontra-se nos sites. As obras de autores famosos também estão disponíveis nos sites ou podemos adquiri-las. Encontramos sites com histórias em quadrinhos, contos, propagandas, fábulas, etc.
Durante a observação dos textos sempre observamos a pontuação, títulos, parágrafos, seqüência lógica de fatos, a presença de personagens ou não e outros aspectos que devemos observar na escrita.
Penso que muito ainda temos para trabalhar. Porém, aos poucos, com erros e acertos e sempre tendo em mente que podemos ser melhores, aprendendo uns com os outros é possível ter uma educação de qualidade.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

MEMORIAL DESCRITIVO

Meu nome é Daiana Mara Hartmann, sou natural do município de São Martinho e atualmente resido no município de Humaitá, no qual sou professora da rede Municipal e Estadual de Ensino. Do meu primeiro contato com a escola tenho poucas lembranças, pois mudávamos de residência constantemente. Lembro que lá pelos 5 ou 6 anos, antes de ingressar na escola, morávamos na casa dos meus avós paternos e como meu pai tinha mais 9 irmãos mais novos do que ele e que haviam cursado o ensino médio, havia na casa alguns livros , os quais eu passava horas olhando, folheando e me entretendo com as figuras e inventando histórias para meu irmão menor (Já que não sabia ler). Depois, já alfabetizada, lembro que os professores na entrega de boletins sempre diziam que eu era muito inteligente, mas que deveria ler mais. O meu verdadeiro despertar para a leitura aconteceu quando eu estava na quarta série e novamente nos mudamos, desta vez fomos morar próximo da casa da minha tia (sempre no interior, meio rural) e eu descobri as histórias em quadrinhos, não na escola, que tinha poucas obras literárias, mas sim na casa da minha querida tia, a qual fazia a assinatura de revistas em quadrinhos para meu primo que era dois anos mais novo. Que encanto, e para poder ler eu até me ofereci para ajudar minha tia na limpeza da casa e em troca ela me emprestaria quantas revistas eu quisesse levar para casa para ler, pois não me contentava com uma só. Meus pais não tinham muitos recursos nem oportunidades para comprarem livros para mim ( e para meu irmão), mas isso não foi empecilho, pelo contrário sempre pude contar com o incentivo e apoio total deles, eles sempre diziam:” nós não tivemos a oportunidade de estudar por isso queremos que vocês estudem, pois é o que podemos oferecer à vocês, e depois o conhecimento ninguém irá tirar de vocês”. Sabias palavras! Meu pai sempre gostou de estudar, tanto que cursou a 5ª série duas vezes, pois não tinha como ir estudar na cidade, meu avô não permitiu, ele era o mais velho tinha que ajudar a trabalhar. Sempre vi ele lendo o jornal quando tinha oportunidade. Minha mãe passou a ser leitora mais tarde, quando eu já estava no ensino médio e hoje ela não perde uma oportunidade para ler, o tempinho livre ela aproveita, é maravilhoso ver o encanto dela! Assim, voltando a minha experiência de leitura, depois de ler tanto “gibi” mudamos novamente, mas desta fez para Humaitá (meio urbano). Nesta época eu estava na sexta série. Não tenho lembranças dos professores nos incentivando para ler, lembro que vez ou outra íamos à biblioteca e só. Eu lia, mas acredito que a leitura deste período não foi muito significativa para mim, eu não me encontrei. Bem, na adolescência, li todas as Júlias, Sabrinas e Biancas, novamente emprestadas pelas minhas amigas, já que na biblioteca não tinha estes livros. No final do ensino fundamental eu descobri a biblioteca pública e passei a ser uma frequentadora assídua, acredito que li praticamente todas as obras literárias que lá se encontravam (menos literatura brasileira). Com o tempo, amiga da bibliotecária eu retirava mais de um livro, sempre gostei de ter mais de uma obra para ler, pois assim ao terminar de ler uma tinha a outra para dar início. Até hoje sou assim e tenho verdadeira paixão pela leitura, tanto que a minha dissertação da Pós-Graduação foi nesta área com o tema: “Leitura: construção ou desconstrução de sentidos?”. E é esse gosto, esse encanto, essa paixão pela leitura que procuro passar aos meus alunos, e eles sabem e sentem que esse sentimento é verdadeiro. E assim, após concluir o curso normal, optei por fazer o curso de Letras, em buscar algo que me desse a fundamentação teórica para que eu pudesse fazer algo diferente. E nesse ir e vir já se passaram 21 anos de sala de aula (completo em 2010, 22 anos de magistério) e continuo buscando para fazer a diferença, não consigo me acomodar, pois acredito na educação de qualidade e no fascínio das palavras, no encanto dos livros (da leitura) e na escola como sendo o espaço pedagógico em que se faz educação (se ensina a ler e escrever) com sentimento, visto que o conhecimento transmitido apenas de forma racional não é completo, pois não melhora as preocupações, não nos sensibiliza, não nos espiritualiza e nem nos motiva.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

DÉCIMA QUARTA OFICINA.











Iniciei o encontro da tarde (do dia 21/11/09) com a dinâmica das formas geométricas. Em seguida, refletimos sobre o vídeo “What is that”. E para retomar as leituras sobre arte, olhamos o vídeo “AMOR E ARTE 2008”.




A arte é uma forma de conhecimento que está muito relacionada com o nosso cotidiano, embora nem sempre nos demos conta disso. Cada vez mais, torna-se difícil no mundo atual estabelecer uma divisão clara entre o que é ou não é arte, devido à facilidade de acesso às obras de arte e à sua produção. Por outro lado, as manifestações artísticas têm cada vez mais interseções, criando formas híbridas de arte.
As principais características da arte são: a fantasia, a interpretação da realidade, a conotação e a paixão pela forma.
Essas características criam um papel importante: por intermédio da fantasia e do jogo, a arte é um convite à (re)interpretação do mundo. Ao procurar expressar-se, o artista convida o próprio leitor a desvendar o mundo. As manifestações da arte fazem parte do nosso cotidiano. Mas nem sempre nos damos conta disso.Veja as várias formas de Arte: escultura,arquitetura,fotografia,cinema,música,pintura,dança,literatura.
Depois observamos uma recriação de quadro de PortinariMaurício de Sousa que é um conhecido ilustrador de histórias e tiras em quadrinhos. Ele criou a Turma da Mônica.As ilustrações à direita são dele. Você deve ter percebido que Maurício criou uma versão engraçada de obras de pintores famosos. Ele fez uma espécie de “paródia Da imagem. As cursistas gostaram da idéia de fazer paródia de obras de arte.




Para espantar o sono, observamos algumas obras de arte e socializamos as palavras que elas nos inspiravam.

Em seguida retomei com as cursistas a leitura sobre linguagem figurada. Embora não nos demos conta disso, as figuras de linguagem são muito comuns na nossa fala. São usadas exatamente porque o sentido mais comum, denotativo, das palavras não nos parece suficiente para expressar a carga de sentimentos que queremos revelar em certa situação comunicativa. Durante o debate vimos: A comparação: figura mais comum em nossa linguagem, estabelece um paralelo entre dois seres, por meio de um nexo que pode ser de igualdade (como, feito, que nem, qual, parece, lembra, etc) ou de superioridade (mais....que). A metáfora: figura que permite, por meio de uma comparação “abreviada”, substituir uma palavra por outra que tem com ela um nível de semelhança. A metonímia: figura por meio da qual substituímos uma palavra por outra que tem com ela uma relação de proximidade, lógica e possível de ser percebida mais diretamente. A relação metonímica pode ser: autor/obra; pessoa/traço físico; pessoa/ objeto característico; continente/conteúdo; lugar/produto seu, etc.

O texto literário não se caracteriza pela simples presença de uma figura. Na realidade, ele se constrói numa costura de figuras e outros recursos, para criar sua condição estética.Algumas figuras ligadas à metáfora são: Personificação: atribui características humanas a objetos e animais. Hipérbole: constitui um exagero de expressão. Antítese: constrói-se de idéias opostas. Ironia: baseia-se na apresentação de uma posição por meio de seu contrário.
Na linguagem literária, vários elementos concorrem para gerar um texto de Caráter estético, e um deles certamente é o uso de figuras, mas não o único.As figuras de palavras podem dividir-se em dois grandes grupos: a metonímia e a metáfora. A metonímia consiste na substituição de uma palavra por outra com a qual estabelece uma relação lógica, de proximidade, ou parentesco, por isso é mais objetiva e tende a ser mais facilmente percebida.Na metáfora , a substituição de uma palavra por outra surge de uma comparação abreviada, e as palavras mantêm uma relação de semelhança quanto à ideia que expressam. São muitas as figuras filiadas à metáfora: a personificação, a hipérbole, a antítese, a ironia, por exemplo.Há figuras ligadas ao campo sonoro do texto, exploradas sobretudo na poesia. As principais são a aliteração e a onomatopéia.
A morfossintaxe é muito rica em figuras, criadas a partir da omissão de termos, da colocação dos termos na frase, do uso de gradação, de repetições, etc. O Pleonasmo é uma dessas figuras e consiste na repetição da ideia. Convém ter sempre em mente que o uso das figuras por si só não cria o valor estético do texto, mas sim seu uso em condições de sublinhar a significação do texto, a visão de mundo ou as emoções que o autor quer passar ao leitor.
Feita a retomada das leituras do TP2, encaminhei novamente a socialização dos avançando na prática unidade 7 e 8 do TP2. Como sempre foi muito produtiva e rica a socialização. Depois passamos para a atividade prática do encontro, na qual as cursistas responderam as questões de interpretação da página 154, juntamente com a produção textual. Socializada a atividade foi feita a avaliação da oficina e os encaminhamentos para o próximo encontro.

E finalmente para concluir o encontro deste dia os cursistas da área de Português e Matemática voltaram a se encontrar, quando lemos e compartilhamos a reflexão sobre o poema “Para Sara, Raquel, Lia e para todas as crianças” de Carlos Drummond de Andrade. E como mensagem final assistimos o vídeo:”TEMPO DE MUDANÇA”.

"PARA SARA, RAQUEL, LIA E PARA TODAS AS CRIANÇAS"

Eu queria uma escola que cultivasse a curiosidade de aprender que é em vocês natural. Eu queria uma escola que educasse seu corpo e seus movimentos: que possibilitasse seu crescimento físico e sadio. Normal Eu queria uma escola que lhes ensinasse tudo sobre a natureza, o ar, a matéria, as plantas, os animais, seu próprio corpo. Deus. Mas que ensinasse primeiro pela observação, pela descoberta, pela experimentação.

E que dessas coisas lhes ensinasse não só o conhecer, como também a aceitar, a amar e preservar. Eu queria uma escola que lhes ensinasse tudo sobre a nossa história e a nossa terra de uma maneira viva e atraente. Eu queria uma escola que lhes ensinasse a usarem bem a nossa língua, a pensarem e a se expressarem com clareza. Eu queria uma escola que lhes ensinassem a pensar, a raciocinar, a procurar soluções.

Eu queria uma escola que desde cedo usasse materiais concretos para que vocês pudessem ir formando corretamente os conceitos matemáticos, os conceitos de números, as operações... pedrinhas... só porcariinhas!... fazendo vocês aprenderem brincando...Oh! meu Deus!
Deus que livre vocês de uma escola em que tenham que copiar pontos. Deus que livre vocês de decorar sem entender, nomes, datas, fatos...
Deus que livre vocês de aceitarem conhecimentos "prontos", mediocremente embalados nos livros didáticos descartáveis.

Deus que livre vocês de ficarem passivos, ouvindo e repetindo, repetindo, repetindo... Eu também queria uma escola que ensinasse a conviver, a coooperar, a respeitar, a esperar, a saber viver em comunidade, em união. Que vocês aprendessem a transformar e criar.
Que lhes desse múltiplos meios de vocês expressarem cada sentimento, cada drama, cada emoção. Ah! E antes que eu me esqueça: Deus que livre vocês de um professor incompetente.
(Carlos Drummond de Andrade
)