Filho meu que estás na Terra, preocupado, confundido, desorientado,solitário, triste, angustiado... Eu conheço perfeitamente teu nome, e opronuncio abençoando-te porque te amo.
Não!.. Não estás sozinho, porque eu habito em ti; juntos construiremos esteReino, do qual serás meu herdeiro.Desejo que sempre faças minha vontade, porque minha vontade é que sejasfeliz.
Deves saber que contas sempre comigo porque nunca te abandonarei e queterás o pão para hoje. Não te preocupes. Só te peço que sempre ocompartilhes com teu próximo... com teus irmãos.
Deves saber que sempre perdôo todas tuas ofensas, antes, inclusive, e queas cometas, ainda sabendo que as farás, por isso te peço que faças o mesmocom os que te ofendem.
Desejo que nunca caias em tentação, por isso segure bem forte a minha mão esempre confie em mim e eu te libertarei do mal.
Recorde e nunca te esqueças que TE AMO desde o início de teus dias, e teamarei até o fim dos mesmos...
EU TE AMAREI SEMPRE PORQUE SOU TEU PAI!Que Minha Bênção fique contigo e que meu Eterno Amor e Paz te cubram sempreporque no mundo não poderá obtê-las como Eu somente as dou porque...EU SOU O AMOR E A PAZ!
Por favor envie esta oração a todos aqueles que amem e que deseje que eutambém os abençoe como a ti... GRAÇAS... PAI!
O TP2 inicia com o assunto referente a gramática, neste sentido acompanhamos o Power point “Chico e os saberes de cada um”. O debate que girou em torno dos saberes que os alunos trazem para a sala de aula, o que o professor faz para aproveitá-los e como trabalha as questões gramaticais partindo desse conhecimento que o aluno tem, que tipo de gramática prioriza, se trabalha elas de forma isolada ou integrada, que sentidos a gramática tem para o professor e para os alunos. A reflexão que foi feita em relação a prática de sala de aula foi muito interessante.
Um primeiro e importante sentido da palavra gramática: é o conjunto de regras da língua que cada falante domina, mesmo inconscientemente e independentemente de sua escolaridade. Essa gramática, chamada implícita, internalizada ou interna, vai sendo adquirida pelo falante no contato com outros falantes de seu ambiente e terá, portanto, as marcas dialetais desse(s) grupo(s).
Para o ensino da língua, é essencial o trabalho com essa gramática, que pode e deve ser cada vez mais ampliada, o que se consegue sobretudo pelo ensino produtivo da língua, que privilegia o desenvolvimento da língua “em uso” e pretende desenvolver novas habilidades do falante.
Quando nos interessamos em alguma medida pela linguagem e sua realização na língua, procuramos observar, analisar e tirar conclusões sobre os usos da língua.
Começamos a refletir sobre ela, o que representa a gramática chamada descritiva.
A gramática descritiva e o ensino reflexivo têm de apoiar-se na gramática internalizada dos alunos: eles só podem efetivamente observar o que conhecem e dominam, como locutores ou interlocutores.
Ainda retomando as leituras que as cursistas realizaram em casa no TP2 sobre a gramática e o uso da linguagem, intercalei o debate com a história “UMA PALAVRA SÓ” de Ângela Lago. Foi legal, pois a atividade todas as cursistas já haviam realizado com seus alunos em algum momento de suas práticas em sala de aula, mas não conheciam esta história.
Uma palavra só
Você vai conhecer o trecho de uma história em que um príncipe foi castigado porque costumava dizer umas mentirinhas de vez em quando.
O rei condenou todos os mentirosos do reino, inclusive o próprio filho, a dizer exclusivamente uma palavra.
O ministro, ouvindo o desejo do rei, repetiu “Uma, exclusivamente.”
O príncipe, ao receber o castigo, ficou tão revoltado que abandonou o palácio e passou a correr o reino dizendo sempre a mesma palavra em todas as situações: “exclusivamente”.
Um dia ele encontrou em um circo uma contorcionista chamada Eva. Logo se apaixonou pela moça.
Então, o que será que aconteceu?
UMA PALAVRA SÓ
Ele a seguia, tímido, meio de longe. Eva era fantástica. Sabia inclusive ler, o que era raríssimo naquele tempo. “Se ao menos eu soubesse ler e escrever”, pensava o príncipe.
Talvez por pena, a contorcionista, que passava seu tempo livre lendo romances, notando o interesse do príncipe pelas letras, decidiu que o ensinaria a ler e a escrever.
Escreveu bem grande EXCLUSIVAMENTE e tentou lhe ensinar as letras dessa
palavra.
No princípio, para sermos sinceros, o príncipe não entendia nada. Eva repetia. Um dia já estava no finalzinho da palavra:
–M-E-N, MEN, T-E,TE. MEN-TE. MENTE.
De repente deu um clique no príncipe.
Ele pegou o lápis e com uma certa dificuldade – não muita – escreveu alguma coisa. Depois riscou umas letras. E XCLUSI VA MENTE
Deixou E - V - A.
Eva não aguentou e lhe deu um beijo. O príncipe tinha descoberto a maior maravilha. Agora, por exemplo, se gritavam por ele, perguntando onde ele estava, podia pegar o C da sílaba CLU e o A que está em VAMENTE e dizer: CÁ
Não era uma resposta muito longa, mas já era alguma coisa para quem tinha passado tanto tempo Só com “exclusivamente”. E podia também inventar...
E X C L U S I V A M E N T E E X C L U S I V A M E N T E
...palavras meigas para acarinhar a contorcionista. Mas... os candongueiros do reino, que não percebiam que as novas palavras estavam dentro da palavra exclusivamente, foram mexericar para o rei que o príncipe não estava mais lhe obedecendo.
E levaram o menino preso.
A contorcionista foi atrás e tentou explicar que o príncipe só usava as letras de exclusivamente. Mas o rei não queria saber de explicações.
– Bem... – disse sua majestade. – Se o príncipe responder a três perguntas simples, só com a palavra exclusivamente, eu até lhe entrego minha coroa. Mas, se não der conta, vou ter que cortar a língua dele.
– Quantos anos você tem? – perguntou para começar.
– E,X,C,L,U,S,I,V,A,M,E,N,T,E – soletrou o príncipe e repetiu de novo, falando bem alto as letras S, E, T, E e as outras bem baixinho.
– Oh, céus! Então é mesmo verdade que só tem usado a palavra exclusivamente? – assustou-se o rei.
O príncipe soletrou outra vez, gritando agora as letras S, I, M e sussurrando o resto.
– E quem foi que lhe ensinou esse truque dos diabos?
O príncipe apontou a contorcionista e de novo repetiu as letras de exclusivamente, enfatizando E, L, A.
Hoje, o príncipe fala o que ele quer e o rei sem coroa, que não é mais o dono da verdade, anda tomando umas aulas com a contorcionista.
(Lago, Ângela. Uma só palavra. São Paulo: Moderna, 1996)
Em seguida comentamos sobre as mediações que podem se feitas para auxiliar a turma a perceber os seguintes pontos:
1- A descoberta das letras e suas combinações assemelha-se a um jogo;
2- Assim como é preciso prestar atenção a qualquer tipo de jogo para ganhar, também para descobrir as letras e suas combinações é preciso observar e refletir;
3- O fato de ser uma artista de circo quem descortina o mundo das letras para o príncipe sugere a magia das palavras e a quantidade incrível de combinações que elas propiciam.
Podemos chamar atenção para os dados autobiográficos de Ângela Lago. Ao final da aula, esclarecer a noção de gramática internalizada. Os alunos costumam achar que “não sabem” gramática e que somente na escola é que conseguirão aprendê-la. É preciso mostrar que se enganam ao pensar assim, pedindo-lhes que façam comentários sobre fatos da língua cujas regras eles conhecem, ainda que não tenham noção disso, pois ainda que não tenham visto os assuntos em aula, nenhum dos alunos comete enganos deste tipo, por exemplo: 1. Escrever frases com o artigo depois do substantivo; 2. Confundir o sentido de formas verbais como “cantou” e “estava cantando”; 3. Fazer pergunta direta usando entoação de admiração. E assim por diante.
É importante deixar claro, no entanto, que a gramática internalizada não basta para se conhecer os recursos adequados da língua para as diversas situações de uso. Ela amplia-se cada vez mais à medida que o aluno observa os usos da língua e tira conclusões sobre o modo como ela funciona. Devemos destacar a importância da leitura e da produção de textos de natureza diversa para o desenvolvimento da competência linguística do aluno.
Em continuidade voltamos aos tipos de gramática, socializando a leitura realizada pelas cursistas.
É importante frisar também que a gramática interna, ou implícita, ou internalizada, é o conjunto de regras que qualquer falante da língua domina, mesmo que não perceba esse uso e mesmo que jamais tenha estudado. É fundamental o professor perceber que essa gramática se amplia sempre, e que desenvolvê-la é desenvolver a própria competência lingüística do aluno. Quanto mais ele for exposto a textos diferentes e convidado a produzir textos diferentes, mais sua gramática implícita estará sendo ampliada.
A gramática descritiva é o conjunto de regras que o observador da língua procura compreender e explicar. Exige um trabalho de reflexão mais sistemático sobre os fatos da língua.
No caso da escola, ela deve possibilitar essa reflexão do aluno, desde que voltada para os recursos lingüísticos de sua gramática interna, de uso. É importante salientar que a gramática descritiva não está pronta. Sua preocupação com o estudo da língua em todos os dialetos, modalidades e registros é relativamente recente.
A gramática normativa, também descritiva e teórica como a anterior, tem o interesse secular voltado para as regras da norma culta, privilegiando ainda a modalidade escrita e a linguagem literária, o que restringe suas reais possibilidades de instaurar-se, como sempre fez, como centro dos estudos linguísticos na escola.
Hoje, seu papel deve ser reduzido no ensino escolar: tem lugar quando o objetivo é o desenvolvimento da capacidade do aluno para usar a língua em situações de formalidade, que exigem a língua padrão.
Para enriquecer o debate sobre “ESSA NOSSA LÍNGUA PORTUGUESA” trouxe algumas imagens de placas nas quais aparece a Língua escrita fora da norma culta, e dos vários sentidos que podemos dar de acordo com o uso que se faz.
Depois trabalhamos com a atividade “UMA PLACA NA HORTA” do AAA2 página20 da versão do professor.
Depois da atividade falamos sobre o tema:”A FRASE E SUA ORGANIZAÇÃO”. Constatamos que a frase é a unidade do texto e caracteriza-se por apresentar, no contexto em que aparece, uma unidade de sentido. A frase oral caracteriza-se por uma melodia específica, uma entoação capaz de transformar uma palavra em frase e até em texto. A frase escrita caracteriza-se por começar com maiúscula e terminar com uma pontuação específica: ponto final, ponto de exclamação, ponto de interrogação, certos casos de reticências e mesmo dois pontos. A frase não se caracteriza pela extensão: se pode ter um único termo, pode também ter muitos elementos, criando uma estrutura às vezes bastante complexa. A frase pode ou não ser organizada em torno de um ou mais verbos. A que não apresenta verbo chama-se frase nominal. A frase organizada em torno do verbo chama-se período. Cada informação centrada em torno de um verbo cria uma oração.
O período pode ser simples, quando apresenta apenas uma oração, ou composto, quando apresenta mais de uma oração. A oração, portanto, pode ser apenas uma parte do período, e, nesse caso, não representa a unidade de sentido. A oração que é única no período chama-se absoluta. O tema da frase pode ser considerado um assunto gramatical, um tópico de análise lingüística muito simples.O mais importante que tudo é, no trabalho com a linguagem, criar para os alunos oportunidades diversas de uso da língua, de modo que eles possam apropriar-se dos mais diferentes tipos de organização da frase. Mais uma vez, o fundamental é insistir na posição de que só o contexto pode definir a melhor organização da frase ou do período. Portanto, cada caso é um caso.Isso quer dizer que, se às vezes é mais pertinente a frase, ou o período curto; em outras, o mais adequado é o período elaborado com mais orações, marcadas por relações mais complexas.
Em seguida encaminhei os apresentações dos avançando na prática, que como sempre foram muito proveitosos. Para encerrar o encontro da manhã lemos o texto “QUASE”.
QUASE
Ainda pior que a convicção do não é a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono. Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor, não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.
O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão;pros fracassos,chance; pros amores impossíveis,tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque , que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.
(Luiz Fernando Veríssimo)